CHEGA DE SUFOCO: Nota do SINTET-UFU sobre UTIs, vacinação e condições de trabalho no HC-UFU

 

Em edição do MGTV 1ª Edição, levada ao ar no último dia 06 de fevereiro, a TV Integração publicou reportagem sobre a situação do HC-UFU e sua participação no contexto de enfrentamento do COVID-19 em Uberlândia e região (clique aqui para ver a reportagem).
Uma ótima oportunidade da Universidade Federal de Uberlândia reforçar, publicamente, em um canal de grande circulação, a importância do HC-UFU para a região neste momento tão crítico que vivemos.
O Hospital de Clínicas, por ser um hospital de média e alta complexidade, foi fundamental na manutenção da vida neste período de pandemia. Além de cumprir sua função primordial ajustada na rede da qual faz parte, o HC-UFU conseguiu, ainda, dar apoio no combate ao COVID-19 com a abertura de 8 leitos de UTI, além de suas enfermarias para tratamento direto. Lembrando que a UFU não se restringiu a esses 8 leitos de UTI somente, pois sempre estende o atendimento quando necessário.
Apesar de todo o projeto de sucateamento, cortes de verbas e mudança no modelo de gestão imposto pela EBSERH, que impõe uma lógica produtivista a uma estrutura criada para defender a vida e a saúde de forma humanizada, o HC-UFU, graças ao sacrifício de seus trabalhadores e trabalhadoras, consegue manter a qualidade e o compromisso com a vida como princípios fundamentais.
Lamentamos a postura do prefeito Odelmo Leão que, diante do agravamento da pandemia, tenta transferir sua responsabilidade para o Hospital de Clínicas. Foi a prefeitura que, por diversas vezes, contrariou o conhecimento científico e distribuiu medicamentos sem eficácia comprovada, permitiu aglomeração e o funcionamento de atividades não essenciais em momentos críticos e reduziu a circulação de ônibus causando aglomeração, dentre outras ações problemáticas.
Por incompetência dos gestores do município e do governo estadual, Uberlândia não possui hospital regional, e o Hospital de Clínicas, que é fundamentalmente um Hospital Escola, acaba ocupando essa função que está além de sua natureza original. Quando a prefeitura foge da responsabilidade de cuidar da população e cobra publicamente que o HC abra mais leitos, não assume a responsabilidade de fornecer equipes e estrutura, uma vez que o Hospital de Clínicas possui déficit de pessoal, operando no limite e levando trabalhadoras e trabalhadores à exaustão.
Lamentamos também o posicionamento do superintendente da EBSERH na reportagem, pois ao ser questionado sobre o problema da vacinação dos trabalhadores e trabalhadoras do HC-UFU, preferiu desvirtuar o ato realizado pelos servidores, dando a entender que se tratava de um movimento de estudantes, se eximindo, inclusive, da responsabilidade de Gestor desses trabalhadores  e atribuindo de forma vergonhosamente submissa, a responsabilidade da vacinação ao Município.
Ora, Sr. Superintendente EBSERH, os trabalhadores e trabalhadoras do HC-UFU não desejam vacinação exclusiva, mas esperavam pelo menos a manifestação de alguma preocupação com o fato de mais de 100 trabalhadores e trabalhadoras da saúde não terem sido ainda imunizados. Estes trabalhadores e trabalhadoras que diuturnamente sacrificam sua saúde para que o HC-UFU realize a pactuação com a rede, desejam que o Superintendente, movido por uma responsabilidade de Gestor que se preocupa em manter saudável sua equipe, abandone o conforto do seu escritório refrigerado e busque a equipe de imunização do município para entender por que estes profissionais ainda não foram vacinados, se um grupo já está na segunda dose.
Ainda que fossem estudantes residentes, trabalhadores da limpeza, da recepção ou da portaria terceirizados, é sua obrigação, Sr. Superintendente, como profissional da saúde e gestor da EBSERH no HC-UFU, buscar a melhor proteção a todas e todos os envolvidos e profissionais que fazem do HC-UFU o centro de pesquisa e manutenção da vida mais importante da região e o segundo de Minas Gerais.

Coordenação Colegiada do SINTET-UFU

8 de fevereiro de 2021