O trabalhador e o tempo

O trabalhador e o tempo

 

O homem dispõe cerca de dois terços do tempo de sua vida ao trabalho. Para obter satisfação pessoal, carece da garantia de boas condições físicas, mentais e sociais na realização de suas tarefas. Há alguns séculos as relações de trabalho foram regulamentadas com a criação do estado, por meio de leis, tratados e acordos. Isso melhorou a expectativa em negociar as saídas nos embates do cotidiano laboral. A relação trabalhista gerou nos séculos XVIII e XIX muitos conflitos entre industriais, latifundiários e os trabalhadores – muitas vezes escravos, como se vê nos dias de hoje.  A resistência culminou em motins, quebra de máquinas, fugas dos empregados. Em contrapartida pela via dos patrões ocorreram mutilações, morte de crianças, desigualdades de gênero e raça, exploração, fome e muita violência.

 

1º de maio

Na cidade de Chicago Estados Unidos em 1º de maio de 1886, milhares de trabalhadores da indústria organizaram greve geral para reivindicar melhores condições de trabalho e a redução da jornada de trabalho de treze para oito horas diárias. Após conflito com a polícia muitos foram mortos. Em homenagem a esses trabalhadores, a Segunda Internacional Socialista, ocorrida na capital francesa em 20 de junho de 1889, criou o Dia Mundial do Trabalho, comemorado em 1º de maio de cada ano.

No Brasil a data é comemorada desde o ano de 1895. Mas, somente em setembro de 1925 a data se tornou oficial, após decreto do então presidente Artur Bernardes. Esta data comemorada como o “dia do trabalhador” é o momento de reflexão e manifestação nas ruas e praças por conquistas e defesa da classe.

 

Direitos trabalhistas ameaçados

Patrões insistem promover o discurso simples com objetivo de cooptar o trabalhador, “do direito á propriedade”. Todo esse tempo do trabalho na convivência entre patrões e empregados proporciona a queda de braços resultante das filosofias da propriedade privada de um lado e a resistência coletiva de outro.

No Brasil de hoje, a Consolidação das Leis Trabalhistas CLT regulamentada no governo Getúlio Vargas em 1943, se encontra ameaçada de extinção por meio da aprovação no Congresso Nacional do Projeto de Lei 4330/04 regulamenta a terceirização da mão de obra. A terceirização consolida contratações no setor privado e no setor público. Trabalhadores por meio de Centrais Sindicais e movimentos sociais foram às ruas em todo o país – em frente ao Congresso Nacional – em manifestação aos terríveis ataques aos direitos dos trabalhadores.

O projeto tramita no Senado Federal, será preciso a concentração de milhares de trabalhadores para evitar o mal maior. O SINTET-UFU sempre esteve e estará presente, sempre que for chamado.

As Medidas Provisórias 664 e 665/04 que alteram as regras do Seguro-Desemprego, Abono Salarial, Seguro-Defeso, Pensão por Morte, Auxílio-Doença e Auxílio-Reclusão, também são uma ameaça aos direitos conquistados por milhões de brasileiros. Vamos lutar contra a retirada de direitos!

 

XXII CONFASUBRA

O congresso que acontece de 04 a 08 de maio tem uma importância fundamental neste momento. A conjuntura brasileira – erros, acertos e caminhos a trilhar – políticas para o país serão discutidos. A nova Direção da nossa federação será eleita, para nos representar pelos próximos dois anos.

Nas últimas semanas de abril, o governo tem realizado reuniões com o Serviço Público Federal e a FASUBRA. Esperamos que haja avanços nas negociações, caso contrário, durante o Congresso da categoria há possiblidade de discussão do indicativo de greve às bases.

 

É de suma importância a consciência crítica e solidária na luta para garantir novas conquistas e manter direitos já conquistados.

 

Trabalhador! Venha para o combate!

Você é mais um elo na corrente que resiste pela dignidade da nossa categoria.

 

TRABALHADOR, JUNTOS SOMOS FORTES!

29 de abril de 2015