MOBILIZAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS FEDERAIS

Os serviços públicos estão sendo destruídos por asfixia. Desde 2016, quando foi aprovada a PEC do Teto de Gastos (também conhecida como PEC do Fim do Mundo), os gastos com saúde e educação foram congelados por 20 anos. Nos últimos anos, com o aumento do desemprego e com o aprofundamento da crise estrutural que vivemos, cada vez mais pessoas dependem da saúde e da educação públicas, representando um aumento da demanda sem a ampliação necessária da estrutura.
Paralelamente, os servidores públicos estão há cinco anos sem reajuste salarial, tendo mais de 40% de sua renda corroída pela inflação. A ausência de concursos públicos para reposição do quadro de pessoal precariza o trabalho e as condições de atendimento à população. O resultado foi perceptível durante a pandemia: uma despropositada desorganização na compra de insumos, de vacinas, trabalhadoras e trabalhadores levados à exaustão.
Enquanto as elites operam um movimento de desmonte dos direitos sociais, através da Reforma da Previdência, da Reforma Trabalhista, da terceirização ampla e irrestrita, em um período,
tudo isso agravado pela pandemia, uma quadrilha que ocupa a esplanada dos ministérios assalta os cofres públicos pedindo propina na compra de vacina, barra de ouro para liberar
recursos para a educação básica.
Além disso, o governo instalado tenta o tempo todo desacreditar as instituições, colocando dúvidas sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas enquanto entrega a chave do cofre para o centrão. Ainda tenta censurar quem exerce o direito da crítica, lembrando o período da ditadura militar da qual o presidente e seu grupo sentem tanta falta, quando o governo se gabava de não haver corrupção, pois perseguia, prendia e eliminava quem ousasse denunciar ou levantar-se contra seus abusos.
Estamos nos mobilizando neste momento porque o Governo Bolsonaro prefere conceder reajuste salarial apenas para uma parte do funcionalismo que considera mais alinhada politicamente a si. Em três anos, o governo se recusou a receber as entidades nacionais representantes dos servidores, enquanto libera bilhões para emendas do orçamento secreto que servem para comprar uma base aliada no congresso.
A luta pelo fim da Emenda Constitucional 95 (Teto de Gastos), pela recomposição do orçamento das universidades que foi sendo cortado cada vez mais, ano após ano, pela recomposição salarial,pela abertura de concursos públicos não é somente uma luta dos servidores públicos federais, mas também de toda a sociedade.

4 de abril de 2022