Fala SINTET-UFU | 29 de junho de 2022

PROGRAMA FM UNIVERSITÁRIA – 29 de junho de 2022

 

(Lorena) Olá, companheiras e companheiros ouvintes da Universitária FM, eu sou Lorena Martins e está no ar o FALA SINTET-UFU.

Junho é mundialmente conhecido como o mês do Orgulho LGBTQIAP+. Um momento pra gente aprofundar a nossa reflexão nessa pauta. Então nessa edição do FALA SINTET nós vamos conversar sobre esse tema com a Rosilaine Silva, que é técnica-administrativa na UFU e mestre em Educação. Rosi, seja bem-vinda.

 

(Rosilaine) Obrigada Lorena, pelo convite, poder estar aqui com vocês hoje nessa data importante pra todos nós da comunidade LGBTQIAP+. Vou fazer uma pequena apresentação, tá? Meu nome é Rosilaine Silva, sou uma mulher preta, cisgênera, bissexual e feminista. Também acabei de concluir aí o mestrado em Educação, no qual eu tive o prazer de pesquisar sobre acesso e permanência para estudantes travestis e transexuais aqui da universidade. Eu queria fazer uma retomada histórica pra gente entender, né, o que que é esse mês do orgulho LGBTQIAP+. A gente tem que relembrar que essa data está vinculada então à rebelião de Stone Wall, né, que aconteceu lá no ano de 1969 na cidade de Nova York, onde policiais adentraram no bar Stone Wall In, com a justificativa de prender pessoas que ali estavam, grande maioria, pessoas travestis, transexuais, drag queens, homens gays, mulheres lésbicas, bissexuais, enfim. Com a desculpa que eles estavam com conduta imoral. E aí era uma ação super corriqueira em bares, locais onde a comunidade LGBTQIAP+ se reunia lá em Nova York. Porém nesse dia, né, a gente teve ali uma grande rebelião, grande conflito e nos dias seguintes houveram protestos, né? As pessoas marcharam e reivindicaram seus direitos e o fim da LGBTfobia e o combate, né, de todas as formas de opressões à nossa comunidade. Essa data ela não é só do orgulho, né? O orgulho de sermos quem somos, mas também é um dia, um mês de trazer visibilidade para aquelas e aqueles que não são visibilizados até mesmo dentro do movimento, e aí a gente está falando das pessoas travestis, das intersex, não binários. Por muito tempo o movimento foi reconhecido aí pela sigla GLS, né? Apenas gays, lésbicas, simpatizantes, mas a gente sabe que os corpos dissidentes são muito mais do que isso. E aí voltando aqui então pra poder falar um pouco do que foi a minha pesquisa de mestrado, eu finalizei ela agora no final de abril. Eu pesquisei então o acesso e permanência de estudantes travestis e transexuais dentro da universidade. Consegui falar com várias e vários estudantes. E aí a gente tem uma série de questões né? O acesso apesar de garantido por lei né? Temos aí várias cotas onde esses alunos puderam adentrar. É importante falar o PROUNI foi um grande incentivador, né? Pra que essas corporalidades pudessem estar dentro da universidade, mas aí a gente vem falar da permanência, né? Não é só entrar, né? Temos que garantir que esses alunos estejam dentro da universidade e essa foi a maior questão, o maior apontamento encontrado aí na minha pesquisa, porque várias e vários desses alunos e alunas não conseguiram se manter dentro da universidade por questões financeiras, questões psicológicas, vivências transfóbicas, né? Falta de apoio em todos os sentidos. A universidade infelizmente ainda não pauta cota para pessoas trans e temos uma questão ainda que é os auxílios, bolsas, né? Que também não são direcionados pra esse público. Acaba que tem que concorrer com todos os outros, todas as outras pessoas dentro da universidade. É importante então a gente pensar sobre quem são os corpos que estão dentro da universidade, onde eles estão localizados, quais cursos, né? A gente vê uma grande maioria dentro dos cursos de licenciatura, não encontramos dentro dos grandes cursos da universidade, medicina, direito, engenharias, né? Essas corporalidades não estão ali presentes, então é importante a gente pensar nisso também, assim como nós não temos pessoas trans nos nossos quadros de funcionários, é muito importante pensarmos nisso. Mas nós, corpos LGBTQIAP+ ocupamos e resistimos e existimos dentro da universidade. Espero que todos e todas tenham gostado dessa fala, pra maiores informações a gente está aí, é só procurar que a gente troca uma ideia.

 

(Lorena) E esse foi o FALA SINTET-UFU dessa semana! Você pode conferir mais informações em nosso site e em nossas redes sociais. Ótima semana a todas e todos, se cuidem e até o próximo programa!

27 de junho de 2022