PROGRAMA FM UNIVERSITÁRIA – 09 de novembro de 2022
(Raissa) Olá, companheiras e companheiros ouvintes da Universitária FM, eu sou Raissa Dantas e está no ar o FALA SINTET-UFU.
No último final de semana um caso explícito de racismo e assédio sexual dentro do Hospital de Clínicas da UFU trouxe à tona o debate sobre a segurança de trabalhadoras e trabalhadores do serviço público dentro dos ambientes de trabalho. O SINTET-UFU lançou, nessa semana, uma cartilha denominada CHEGA DE ASSÉDIO, que trata mais profundamente sobre o assédio sexual no trabalho e quais as formas de provar o crime e procurar ajuda para denunciar. O conteúdo está disponível na íntegra no site www.sintetufu.org.
Um dos pontos importantes do material é a ênfase de que sim, assédio sexual é considerado crime, de acordo com a lei número 10 mil 224 de 15 de maio de 2001, que inseriu no Código Penal a definição do que seria assédio sexual, que tem pena prevista de 1 a 2 anos. Assim como o assédio sexual o racismo também é considerado crime. Entretanto, a prática do racismo, segundo a Constituição Federal, constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei. No Fala SINTET-UFU dessa semana convidamos Lucas Pires, que é técnico de laboratório na UFU, coordenador do sindicato e discente do curso de psicologia para conversar melhor sobre esse tema.
Seja bem-vindo, Lucas.
(Lucas) Olá Raíssa, olá ouvintes aí do Fala SINTET, eu sou o Lucas. Realmente é isso, a gente tem tido aí nos últimos tempos, várias denúncias, várias situações que tem ocorrido em nossa universidade que evidenciam vários anos, né? Os últimos quatro anos onde nós tivemos legitimado através da Presidência da República vários princípios da extrema direita, né? Com as suas questões neoliberais, seus princípios opressores e exclusão das minorias, de opressão às minorias.
A gente teve recentemente uma denúncia por parte de estudantes do curso de medicina aqui da universidade a denúncia de que uma professora estivesse colocando em dúvida aí a o desempenho dos alunos cotistas da universidade. Também tivemos um ataque direto aos servidores públicos por parte de uma própria servidora pública que também coloca em dúvida todo o trabalho que nós enquanto servidores públicos desenvolvemos aqui na universidade, temos desenvolvido sobretudo nesses momentos complexos, difíceis de luta nós temos vivido nos últimos tempos em defesa da universidade, em defesa eh da educação. Nós tivemos também essa semana uma infeliz notícias um ataque de uma servidora da universidade no hospital de clínicas por parte de pacientes, nós tivemos recentemente um caso de um aluno de ter uma postura de assédio com uma técnica da universidade, enfim, né? Caso de de racismo, casos de assédio, de ataque ao servidor público e isso foi construído e muito fortificado, legitimado, nos últimos quatro anos quando a extrema-direita chegou ao poder nesse país, né?
Era uma preocupação que já era colocado muito nas eleições de 2018 onde princípios opressores pudessem de algum modo serem legitimados, é o que nós assistimos, né? Ainda que nós tivemos uma uma vitória, né? No sentido da eleição do novo presidente, no sentido de eliminar um um perigo maior de repetir a presença do até então Presidente da República para o novo mandato. Nós podemos ver aí de um modo geral um avanço muito grande da própria extrema-direita do Congresso, nas instituições, com os seus princípios, onde nós vemos esses casos aí sendo legitimados na nossa convivência dentro da universidade, no nosso dia a dia dentro da universidade, isso se estende pra toda sociedade, todas as instituições públicas e também nas políticas públicas que são desenvolvidas sinalizam muito um regresso em nossas pautas que visam ser pautas mais progressistas, né?
Nós temos agora um novo desafio de pensar também como tem sido a nossa conduta e o nosso combate a essas posturas opressoras que tem e se instalar instaurado e ser repetido dentro das nossas instituições e aqui no nosso caso específico dentro da Universidade Federal de Uberlândia, nós tivemos uma vitória nas urnas, mas nós temos um trabalho a combater essa ideologia de morte, essa ideologia criminosa que também começou a ser normalizada em muitos aspectos dentro da universidade. Assédio sexual é crime, assédio moral é crime, racismo é crime, atacar servidor público em sua função também é crime e nós estamos aqui para combater e precisamos estar atento atentos a isso pra que a gente possa construir uma universidade com uma convivência mais positiva e com valores mais próximos daquilo que nós chamamos de humanidade.
(Raissa) Lucas, nós agradecemos muito a sua participação. E esse foi o Fala SINTET-UFU dessa semana. Você pode conferir mais informações em nosso site e em nossas redes sociais. Uma ótima semana a todas e todos e até o próximo programa.
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8 de novembro de 2022
