Fala SINTET-UFU | 15 de fevereiro de 2023

PROGRAMA FM UNIVERSITÁRIA – 15 de fevereiro de 2023

 

(Raissa) Olá, companheiras e companheiros ouvintes da Universitária FM, eu sou Raissa Dantas e está no ar o FALA SINTET-UFU.

Recentemente, veio a público um grave assédio contra uma servidora dentro da Universidade Federal de Uberlândia. O fato, que infelizmente não é um caso isolado, aumenta as estatísticas de violência contra a mulher no ambiente universitário. Nessa edição do FALA SINTET, nós abordamos essa pauta e divulgamos novos canais para denúncias.

Pra conversar sobre esse assunto com a gente, eu convido a Jaciara Boldrini, que é servidora na UFU. Seja bem-vinda, Jaci.

 

(Jaciara) Olá pessoal, meu nome é Jaciara, sou advogada, técnica administrativa aqui na UFU e atualmente mestranda do curso de filosofia. Agradeço o convite do Sintet, cumprimento todos vocês por essa escolha de um tema de tão importante relevância, já que ultimamente temos na mídia casos de violência contra a mulher no âmbito das universidades federais. Inclusive com trágicos casos de feminicídio. Um exemplo desse foi o caso da aluna do curso de jornalismo, a Janaína, assassinada por um aluno do curso de mestrado na Universidade Federal do Piauí. Assim, é muito importante falarmos sobre violência contra a mulher né? No intuito de orientarmos as pessoas sobre como identificar a violência e como denunciar os casos. Uma vez que a prevenção passa justamente na identificação e na denúncia. No caso, por exemplo, da aluna Janaína, hoje a gente sabe que outras meninas também foram importunadas sexualmente pelo rapaz, mas que não denunciaram, fato que poderia ter prevenido o assassinato e o estupro da Janaína. Bom, primeiro vamos esclarecer o que pode ser considerado violência contra a mulher. Temos a violência física que seria qualquer conduta que ofenda a sua integridade física, o seu corpo. Até mesmo condutas que podem parecer simples, como apertos no braço e empurrão. São casos de violência física. Temos a violência psicológica que pode ser até mesmo aquelas mais sutis como “você é burra, faz tudo errado, você é incompetente”, são casos de violências psicológicas. A violência patrimonial que seria retenção, subtração, destruição de bens, como celular, dinheiro, instrumentos de trabalho e a violência sexual. Que seria desde o estupro até qualquer conduta que te constranja. Desde um beijo no rosto, um beijo na mão. Ela é considerado uma violência sexual, no âmbito da violência sexual, a gente tem a importunação sexual que seriam até mesmo aquelas cantadas, falas ainda que disfarçadas de elogios como “você está tão linda com essa roupa hoje, nossa como você está bonita”, mensagens de texto, de aplicativos de celular, ou seja, tudo que te constranja que te deixa incomodada sexualmente é um caso de violência sexual. Então tudo isso que eu falei são formas de violência contra a mulher ainda que a sociedade considere como normal e que precisam ser combatidas. E vamos falar então sobre o combate né? Aqui no âmbito da Universidade Federal de Uberlândia. A UFU hoje conta com alguns protocolos de combate à violência contra a mulher. Desde 2021 temos o que faz tanto a acolhida quanto a orientação das condutas da universidade e agora temos também a ouvidoria da UFU, que está preparada para receber os casos de violência na âmbito da universidade. Uma vez que a denúncia é feita, por exemplo, na ouvidoria, será aberta um processo administrativo, nomeada uma comissão que vai investigar o fato se necessário inclusive afastar os acusados da atividade. Bem como encaminhar a mulher para o acolhimento necessário. A UFU também tem uma parceria hoje com a PM, especializada em atendimento a vitais de violência contra a mulher. Recentemente tivemos um caso aqui na UFU de um técnico que importunou sexualmente uma funcionária. A PM logo foi acionada, foi aberto um processo administrativo e o técnico foi afastado das suas atividades visando a proteção da vítima. E agora a gente espera inclusive o a conclusão desse processo administrativo. Foi feito tudo de forma bem ágil e célere pela universidade. Temos também UFU que tem atuado de forma muito forte no combate à violência contra a mulher. O SINTET hoje tem um GT de trabalho feminista que também atende denúncias. Né? E faz a orientação correta. E inclusive o SINTET requereu no CONSUN, a edição de uma portaria determinando a suspensão dos conselhos de todo aquele conselheiro que estiver sendo alvo de investigação de violência contra a mulher, seja ele docente, técnico ou aluno. Todas essas medidas são importantes para assegurar um ambiente cada vez mais seguro para nós mulheres. Então é muito importante que, se sentiu-se ameaçada, importunada, busque ajuda. Temos o SINTET, o CP Mulheres e a Ouvidoria como canais importantes de denúncia. Mas o mais importante é saber que você não está sozinha e aqui é só esclarecendo e denunciando que vamos realmente combater a violência contra a mulher. Está bom? Obrigada pessoal.

 

(Raissa) E esse foi o Fala SINTET-UFU dessa semana. Você pode conferir mais informações em nosso site e redes sociais. Ótima semana a todas e todos e até o próximo programa!

 

15 de fevereiro de 2023