Fala SINTET-UFU | 24 de maio de 2023 | Combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes

(Lorena) Olá, companheiras e companheiros ouvintes da Universitária FM, eu sou Lorena Martins e está no ar o FALA SINTET-UFU.

Chegamos ao 23º ano de mobilização do Dia 18 de Maio – “Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, uma conquista que demarca a luta pelos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes. Esse ano tivemos, ainda, como marco os 50 anos do assassinato brutal da menina Araceli Crespo, o que nos mobiliza a seguir construindo estratégias para que nenhuma criança ou adolescente tenha que vivenciar as marcas da violência sexual ou da impunidade. O objetivo da mobilização no dia 18 de maio é destacar a data para mobilizar, sensibilizar, informar e convocar toda a sociedade a participar da defesa dos direitos de crianças e adolescentes. É necessário garantir a toda criança e adolescente o direito ao seu desenvolvimento de forma segura e protegida, livre do abuso e da exploração sexual.

Em apoio à esta causa, que é materializada pela Campanha Faça Bonito, construída pelo Comitê Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes e Rede ECPAT Brasil, o SINTET-UFU convida Wanderson Fagundes, que é assistente social do HC-UFU e coordenador do sindicato, para comentar este tema com nossos ouvintes. Seja bem-vindo, Wander. 

 

(Wander) Olá ouvintes da Rádio Universitária, do programa Fala Sintet UFU. Como dito, o maio laranja é um importante momento pra gente tratar dessa temática tão importante que é a proteção de nossas crianças e adolescentes contra a violência e a exploração sexual. De maneira muito breve pra gente ter uma ideia, né? Eu gostaria de trazer alguns dados importantes. O nosso país ocupa o segundo lugar no ranking mundial de exploração e violência sexual contra a criança. Uma criança é violentada no Brasil a cada quinze minutos. 95% dos agressores são homens, são pessoas do gênero masculino. Em 82% dos casos o violentador é conhecido da vítima, né? Do seu convívio familiar ou próximo, sendo que 40% dos casos reportados, os violentadores são próprios pais ou padrastos da vítima. E 80% dos casos de violência sexual infantil ocorrem no ambiente familiar. Como demonstrado por esses dados, a violência contra a criança e adolescente na maior parte das vezes é praticada então por uma pessoa próxima, que utiliza do vínculo, da confiança da criança e dos seus familiares pra praticar a violência. Na maior parte dos casos, esse tipo de violência, gente, não deixa marca física, ele é feito por meios de manipulação e passa disposição, a criança conteúdo pornográfico, manipulação do seu corpo vai deixar uma marca. Por esse motivo é muito importante a gente levar em consideração o que a criança fala e também observar seu comportamento. Alguns sinais podem ser notados, são por exemplo brincadeiras sexualizadas, isolamento da criança, mudança de comportamento repentino, fala sobre algum segredo que não pode revelar, comportamento regredido, faz xixi na cama, fica, né? Comportamentos mais infantilizados de fase anteriores do desenvolvimento que a criança já havia abandonado. São os possíveis sinais. É possível também que não apareçam esses sinais, por isso é muito importante o diálogo e a forma mais potente de proteger as crianças é ensinar sobre autonomia do próprio corpo e o consentimento. Essa orientação sobre o corpo, quem pode tocar, quem não pode, deve ser trabalhada tanto pela família, quanto ambiente escolar, é importante a abordagem no ambiente escolar, porque muitas vezes o violentador tá dentro de casa, então é na escola que a criança vai conseguir achar um espaço de escuta pra revelar essa violência. É comum também o violentador se utilizar de ameaças, né? Falando ninguém vai acreditar que ela quis e que ela contar pra alguém algo muito ruim vai acontecer por exemplo com alguém que ela tem muito vínculo como mãe ou pai ou alguém que ela goste muito falando que essas pessoas vão ser presas ou que não vão acreditar nela ou que a própria criança vai ser presa em si. Violentador é comum ele se utilizar desse recurso pra criança guardar em segredo. Então, não é tão simples a criança falar. Eh no caso do nosso país, acho que é uma informação importante de deixar também brevemente é que a idade de consentimento pra relação sexual é de eh quatorze anos qualquer contato sexual com a pessoa abaixo de quatorze anos, um adolescente tenha um adulto ou outro adolescente é considerado ou crime de estupro de vulnerável ou ou ato infracional relativo. Então não adianta dizer que uma menina, um menino de treze anos consentiu relação sexual não é permitido no Brasil eh com essa idade com sentimento. Vai ser sempre o crime de estupro de vulnerável. Aqui em Uberlândia o atendimento dos casos suspeito de violência sexual é realizado no Hospital de Clínicas da UPA. Não precisa agendar e não precisa de encaminhamento. Basta procurar o pronto-socorro do hospital hora do dia, da noite, enfim, é vinte e quatro horas o atendimento, a criança ou adolescente será atendido por por um serviço de psicologia, serviço social, medicina e enfermagem, na sequência será agendado o retorno pra acompanhamento no ambulatório especializado que atende esse caso que chama nuavidas. Importante frisar: é dever de toda a sociedade proteger as crianças e adolescentes, isto é, denúncias devem ser feitas através do disque 100, ou nos conselhos tutelares ou diretamente nas autoridades policiais. Toda suspeita deve ser reportada! Vamos todos, juntos e juntas proteger nossas crianças e adolescentes desse mal.

 

 (Lorena) Este episódio utilizou informações disponibilizadas pela Campanha Faça Bonito. E esse foi o FALA SINTET-UFU dessa semana! Você pode conferir mais informações em nosso site e em nossas redes sociais. Ótima semana a todas e todos e até o próximo programa!

23 de maio de 2023