Fala SINTET-UFU | 04 de outubro de 2023 | Reestruturação da Carreira dos TAEs

PROGRAMA FM UNIVERSITÁRIA – 04 de outubro de 2023

(Raissa) Olá, companheiras e companheiros, aqui é Raissa Dantas e nesse Fala SINTET-UFU a gente conversa sobre a reestruturação da carreira dos técnico-administrativos em educação. Sintonize suas lutas.

Na última terça-feira, dia 03 de outubro, trabalhadores de todo o funcionalismo público federal construíram um dia de paralisação pela Campanha Salarial e em Defesa da Carreira. As pessoas mobilizadas, apresentavam diversas reivindicações, a saber: Pela inclusão dos servidores federais na LOA 2024; Pelo arquivamento da PEC 32 e em defesa dos Serviços Públicos; Em defesa da carreira e pela melhoria no PCCTAE; Pela implementação das 30h para as demais áreas da UFU; Por condições de trabalho e estruturas adequadas no HC-UFU; Por eleições democráticas urgentes para os cargos de gestão no HC-UFU; Pela reformulação adequada das normas que regulamentam o Plano de Gestão na UFU à luz da IN24/2023; e, ainda, pelo Recesso no Dia da Consciência Negra (dia 20 de Novembro) na Universidade Federal de Uberlândia.

Pela necessidade conjuntural, o sindicato realiza uma semana com diversas atividades de mobilização. Este Fala SINTET-UFU, então, é inteiramente sobre isto. Convidamos Breno Alves, que constrói o Movimento TAEs na Luta, pra aprofundar no assunto da necessária reestruturação da carreira.

Seja bem-vindo, Breno

(Breno)  Olá, pessoal. Estamos vivenciando um momento muito importante no processo de reestruturação da nossa carreira. Nós temos hoje o PCC TAI, que foi uma ferramenta extremamente importante para a nossa categoria, porque nós conseguimos a finalização de um processo que trazia identidade para nós, profissionais, técnicos administrativos em educação, quando nós viemos do PUCS para o PCC TAI. Só que nesses últimos 18 anos, que é o nosso aniversário, que nós temos já da nossa legislação, nossa carreira andou para um rumo que trouxe algumas configurações um pouco negativas para ela.Olá, pessoal. Estamos vivenciando um momento muito importante no processo de reestruturação da nossa carreira. Nós temos hoje o PCC TAI, que foi uma ferramenta extremamente importante para a nossa categoria, porque nós conseguimos a finalização de um processo que trazia identidade para nós, profissionais, técnicos administrativos em educação, quando nós viemos do PUCS para o PCC TAI. Só que nesses últimos 18 anos, que é o nosso aniversário, que nós temos já da nossa legislação, nossa carreira andou para um rumo que trouxe algumas configurações um pouco negativas para ela.

Nós hoje configuramos como uma das piores remunerações do Serviço Público Federal no âmbito do Poder Executivo, onde, ainda que a gente some cerca de 18 % de toda força de trabalho, com cerca de 220 mil profissionais no Poder Executivo no âmbito federal, nós temos um índice de desligamento que foge muito da média nacional. Enquanto o PCC TAI tem alcançado nos últimos anos uma média de 70 % da relação entre profissionais que entram e profissionais que saem do Serviço Público, a média nacional das demais carreiras não chega a sequer 15%. Então, a gente observa que essa diferença causa um ciclo vicioso, porque a gente não consegue sequer reter profissionais dentro da nossa carreira, e essa falta de retenção, alinhada a uma demanda sempre crescente, ela gera sobrecarga de trabalho para os profissionais que ficam, e essa sobrecarga alimenta esse ciclo vicioso, porque a gente adoece os nossos profissionais, a gente desestimula os nossos trabalhadores, e o servidor adoecido e desmotivado, ele tende a buscar saída desta situação. E essa busca de saída reforça o impacto sobre os profissionais que ficam.

E muito disso a gente consegue observar, inclusive, em dados estatísticos do Governo Federal. Eles apontam que enquanto, como eu mencionei, nós somos cerca de 20 % da categoria de todo o Serviço Público no Poder Executivo, a taxa de adoecimento no PCCTAI soma 40 % de todas as licenças para tratamento de saúde no âmbito da mesma esfera. Ou seja, a discrepância que nós temos nos piores aspectos do funcionalismo público, ela é muito agravada. Então, diante desse cenário, as nossas entidades representativas, entidades como Sinasefe e Fasubra, estão em processo de discussão de suas propostas para a reestruturação da nossa carreira.

Aproveitando esse momento ímpar que nós estamos vivenciando, nós tivemos a abertura da mesa específica de negociação da nossa categoria, muito também como reflexo do esforço da nossa categoria em se unir em prol de algo que eles acreditassem, como foi a Campanha do Brasil Participativo, e agora, com a reestruturação da nossa carreira, nós estaremos conduzindo, junto às mesas, as propostas das nossas entidades para que seja discutido nas mesas de negociação e que a gente possa, junto com o coletivo da nossa categoria, propor as melhoras necessárias para a nossa carreira. Então, a gente precisa ter essa consciência de que a nossa luta está apenas iniciando e agora a gente precisa ter a unidade para fortalecer as campanhas nacionais junto com os fóruns representativos, para que nós tenhamos a garantia de que o governo irá atender às nossas demandas e com orçamento para priorizar os profissionais que fazem o serviço público. Porque não há com se falar em serviço de excelência sem valorização de pessoal, sem remuneração justa e digna.

(Raissa) Muito obrigada pela participação, Breno. Esse foi o FALA SINTET-UFU dessa semana! Você pode conferir mais informações em nosso site e em nossas redes sociais. Ótima semana a todas e todos e até o próximo programa!

2 de outubro de 2023