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O SINTET-UFU e sua filiação à CUT: Um debate urgente e necessário!

dilma

No decorrer do primeiro semestre de 2016, a Direção do SINTET-UFU realizará com toda a categoria um debate que está ausente na UFU há anos: a organização do movimento sindical no Brasil em centrais sindicais.

Se na década de 1990 existia uma nítida polarização entre a CUT e a Força Sindical, de modo que a CUT representava os setores autônomos, democráticos e classistas do movimento sindical brasileiro; a partir de 2003 essa situação se modificou nitidamente e o nosso SINTET-UFU se furtou de fazer esse debate em todos os seus fóruns.

Nos últimos 13 anos, diante dos governos do Partido dos Trabalhadores (PT) no poder executivo federal (Lula de 2003 a 2010 e Dilma de 2011 a 2015) a CUT teve uma postura política que contraria todos os seus princípios fundacionais, se atrelando substancialmente ao Estado e aos Governos Federais (Lula e Dilma) em detrimento da necessária autonomia política. Podemos constatar essas mudanças, se repararmos na postura da CUT em 2003 mediante a Reforma da Previdência implementada pelo Governo Lula (a mesma que Fernando Henrique Cardoso propunha em 1998), ou mesmo a postura dessa central sindical frente a todas as políticas governamentais que retiraram a conta gotas, diversos direitos trabalhistas das classes trabalhadoras desse país. Podemos também questionar, sobre qual foi a efetiva atuação da CUT na luta contra a imposição da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) que foi instituída em 2011 com o claro objetivo de privatizar os Hospitais Universitários.

Durante esse último período, diversas centrais sindicais surgiram após rupturas com a CUT. Entre elas destacamos entre as principais, a Central Sindical e Popular – CONLUTAS (CSP CONLUTAS), a INTERSINDICAL e a Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). Por que surgiram essas e outras centrais sindicais no Brasil durante esse último período? Por que o movimento sindical se fragmentou tanto durante os últimos 13 anos? Por que a CUT hoje é um instrumento falido para a organização dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil? As respostas para essas e outras perguntas não foram debatidas pelo SINTET-UFU durante esse último período e a nova gestão da entidade (2016-2018) pretende realizar em conjunto com a categoria esse debate, realizando novas publicações sobre esse tema nas futuras edições do nosso Jornal “Ligeirinho”, organizando mesas debates, cine debates e outras atividades com a presença de representantes da CUT, da CSP CONLUTAS, INTERSINDICAL e CTB; e de estudiosos sobre o tema. Na próxima edição do nosso Jornal Ligeirinho, escreveremos uma matéria tratando da Origem da CUT e suas mutações durante a década de 1990 e após 2003, debatendo o seu processo de burocratização, perda de autonomia política e atrelamento ao Estado e aos Governos Federais.

Coordenação Colegiada do SINTET-UFU

23 de fevereiro de 2016