Mesa debate – A (in)segurança na UFU: pela construção de uma política de gênero em nossa universidade

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Aconteceu no começo da noite de ontem (03) a mesa debate “A (in)segurança na UFU: pela construção de uma política de gênero em nossa universidade”. O evento foi realizado no anfiteatro F do bloco 5O, Campus Santa Mônica e teve como debatedoras a Professora Neiva Flávia, da Faculdade de Direito da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Cláudia Cruz presidente da Organização Não-Governamental (ONG) SOS Mulher Uberlândia, e Alinne Gomes Marques técnica-administrativa do Instituto de Letras e Linguística (ILEEL) da UFU.

Alinne tem tese de mestrado sobre gênero e mostrou alguns dados da universidade referentes à mulher dentro da comunidade acadêmica e relembrou alguns fatos violentos que ocorreram contra a mulher dentro dos campi da UFU.

A professora Neiva Flávia relembrou os fatos que levaram alunas da universidade a formarem um movimento feminista que reivindicou políticas de segurança dentro da universidade. “As alunas se organizaram e pressionaram a administração superior a tomar providências. A comissão que hoje estuda políticas de segurança só aconteceu por pressão do movimento das alunas”, disse.

A professora comentou ainda que as formas de punição a quem comete crime de violência contra a mulher são importantes, porém, ressalta que “não adianta fazer norma, portaria ou lei para impedir a violência contra a mulher, é preciso mudar a cultura machista também”. Para encerrar suas considerações Flávia endossou seu apoio ao movimento feminista da UFU. “Se quisermos mudar a perspectiva da universidade precisamos agir, precisamos nos organizar e é por isso que acredito no movimento”, completou.

A última a debater foi Cláudia Cruz, presidente da ONG SOS Mulher Uberlândia e contou um pouco da história da organização e como ela atua. “A ONG surgiu há quase vinte anos a partir da vontade de mudar o panorama de violência contra a mulher e lutar por medidas que modificassem o panorama social”, afirmou.

Em seguida, Cruz apresentou alguns dados sobre a violência no Brasil. “5% dos assassinatos de homens são cometidos pela parceira, ao passo que mais de 30% das mulheres foram assassinadas pelos parceiros”, ela ainda completa dizendo que “quase 40% das mulheres em situação de violência são agredidas diariamente”, disse.

Ainda de acordo com a presidente a ONG já atendeu quase 17 mil casos em Uberlândia ao longo de seus quase 20 anos de atuação. “E com certeza esses não são todos os casos que ocorreram na cidade”, completa. Para encerrar sua participação, Cláudia pede para que a população aproveite o Dia Internacional da Mulher para refletir sobre o que acontece no mundo. “Precisamos comemorar o Dia Internacional da Mulher no sentido refletir sobre o que sofremos e precisamos fazer para mudar a realidade”, finalizou.

Texto e imagem: Guilherme Gonçalves

4 de março de 2016