Home » Notícias » Mundo »

Atualização da nota de conjuntura do SINTET-UFU: Contra todos os GOLPES! A saída é pela ESQUERDA!

Charge impeachment

“Quem semeia vento colhe tempestade; quem semeia o mal recebe maldade…”

Citação Bíblica, Oseias 8.7

Nesse último Domingo (17/05/2016), a câmara dos/as deputados/as federais em Brasília-DF, aprovou a autorização para que o processo de impeachment tenha continuidade e seja, portanto, enviado para o Senado Federal. Por 367 votos favoráveis, 137 votos contrários, sete abstenções e duas ausências; o golpe político orquestrado nesse último período por setores da grande mídia, por setores do judiciário e do empresariado (que sofrem do complexo de vira lata!), deu mais um passo a diante.

Foi assustador se deparar com centenas de pronunciamentos preconceituosos de deputados e deputadas pelo clamor aos retrógrados tempos da Ditadura Militar, para justificar o posicionamento favorável ao impeachment de Dilma. Sobre o que de fato a Dilma está sendo acusada, pouco se falou. É triste e vergonhoso ver tamanha despolitização e degeneração do Congresso Nacional.

O resultado dessa tenebrosa sessão na câmara dos deputados que ocorreu ontem, não significa NENHUMA VITÓRIA para nós trabalhadores e trabalhadoras! Nenhuma esperança devemos depositar no futuro que virá, se a presidência da república for transferida para Michel Temer!

Esse golpe político, conduzido por Eduardo Cunha (PMDB), que é réu em processos de corrupções, simbolizará sem dúvida nenhuma, mais ataques aos nossos direitos sociais e trabalhistas! Não temos dúvida que se o impeachment for aprovado, os processos de corrupção denunciados pela Operação Lava Jato, que demonstram o envolvimento de centenas de deputados e deputadas de diversos partidos políticos (do PSDB ao PT-PMDB) e aqueles processos que atingem Eduardo Cunha, serão abafados. Não está no horizonte a superação dos processos de corrupção que são intrínsecos ao Estado e ao Sistema Capitalista!

Nós, trabalhadores e trabalhadoras, perdemos a batalha dentro da câmara dos/as deputados/as, composta por centenas de parlamentares envolvidos em processos de corrupção (como o caso da Lava Jato por exemplo, que envolvem mais de 150 parlamentares!), e que receberam financiamento (investimento!) de empresas privadas e bancos, e que estão ali portanto representando os interesses de quem os/as financiou e não os interesses das classes trabalhadoras! Mas temos que ter a clareza, de que perdemos uma batalha, e não a guerra!

Nessa complexa conjuntura, a única certeza que temos é que se o Governo Dilma cair, as classes trabalhadoras estarão em uma situação muito desfavorável; e se o Governo Dilma não cair, as classes trabalhadoras estarão em uma situação muito desfavorável também! O prenúncio é de que o futuro próximo nos reserva violentas contrarreformas que atacará o serviço público de qualidade, que retirará nossos direitos sociais e trabalhistas e que afetará sensivelmente nossa vida cotidiana.

Devemos estar preparados para os próximos embates que virão! A nossa mobilização é imprescindível para que tenhamos condições de barrar essa avalanche conservadora. Devemos que nos mobilizar contra esse movimento articulado pelos setores mais conservadores e reacionários da sociedade e da política brasileira, que querem, sem sustentação legal e política, colocar Michel Temer na Presidência da República. E devemos também nos mobilizar para lutar contra os ataques do Governo Dilma aos nossos direitos, e em especial, contra o PLP 257/2016 que está em regime de urgência no Congresso Nacional.

Avaliamos, que nessa crise política quando tudo parece perdido, ao invés da submissão e da covardia, o Governo Dilma (PT) deve enfrentar de forma honrosa. O processo de conciliação de classes promovido pelo PT nos últimos 14 anos está falido, não tem mais fôlego e nunca foi a alternativa concreta para resolver os profundos problemas sociais, políticos e econômicos do país. Nesse momento, ao invés de buscar alianças com frações do capital e seus representantes, ou dizendo em outras palavras, ao invés do Governo Federal implorar o apoio do Partido Progressista (PP) de Odelmo Leão Paulo Maluff e outros partidos que representam os interesses das elites do país, oferecendo cargos em troca do apoio no Congresso Nacional, o Governo Federal poderia recorrer às classes trabalhadoras; e retirar o PLP 257/2016 do Congresso Nacional, cumprir o acordo de greve assinado com a FASUBRA em 2015, alterar a lógica da política econômica vigente no país que é a mesma adotada pelos governos do PSDB, suspender o Ajuste Fiscal, avançar nos necessários e urgentes processos de reforma agrária e urbana no país! A SAÍDA É PELA ESQUERDA, e não pela direita como sinaliza o Governo Dilma!

Avaliamos, que se a presidenta cair, não cairá de pé! Cairá de forma covarde! Portanto, cabe a nós trabalhadores e trabalhadoras, lutar contra os golpes em curso no país! Lutar contra o Golpe que quer colocar Temer no lugar de Dilma; e lutar contra os golpes de Dilma aos nossos direitos sociais! Para isso, é fundamental reorganizar o campo das classes trabalhadoras, constituir uma Frente de Esquerda Classista e Autônoma, capaz de superar a política e a cultura de conciliação de classes construída pelo PT nos últimos anos. É importante também, a construção de atividades que dialoguem com a população sobre essa tenebrosa conjuntura que vivemos e construir uma boa atividade no dia 1º de maio em Uberlândia, para lutar contra todos os golpes! Se o presente é de luta, o futuro nos pertence… Amanhã há de ser outro dia!

Coordenação Colegiada do SINTET-UFU

Uberlândia, 18 de abril de 2016.

 

 

18 de abril de 2016