Nota da FASUBRA Sindical em apoio e solidariedade ao MST

Nota-de-apoio

 

A FASUBRA Sindical vem, publicamente, manifestar seu total apoio e solidariedade ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que é alvo de uma forte criminalização nessa conjuntura conservadora que caracteriza o país.

A Federação se posiciona contrariamente aos recentes atos de criminalização da luta pela Reforma Agrária promovidos por setores do Ministério Público, do Judiciário e do Governo do Estado de Goiás; que fizeram como alvo dois militantes do MST, José Valdir Misnerovicz e Luiz Batista Borges.

José Valdir foi preso no final de maio, em Veranópolis, no Rio Grande do Sul, após operação articulada entre a Polícia Civil do Rio Grande do Sul e de Goiás. Luiz Batista Borges está preso em Rio Verde – GO desde o dia 14 de abril. Em ambos os casos o poder judiciário visa criminalizar o MST, o enquadrando como organização criminosa, com base na Lei 12.850/2013.

Segundo informa o MST, esse processo corre em segredo de justiça. O governo de Goiás e o judiciário alegam formalmente que esses militantes sociais constituem uma organização criminosa.

A FASUBRA se preocupa com a situação, e se soma à resistência ao conservadorismo repressor. Denunciaremos em todos os espaços de interlocução com o Estado Brasileiro, com a sociedade civil e com os organismos internacionais a respeito desta injusta situação.

Nos últimos anos, as famílias do MST acampadas em Goiás saltaram de 600 para cerca de 6.000 pessoas e a FASUBRA tendo clareza da situação, se posiciona contra a reorganização da luta pela terra que o Estado de Goiás tem praticado.

Questionamos a portaria nº 446, de 12 de abril de 2016, da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, a qual impõe para a Polícia Civil e a Polícia Militar estado de “prontidão”, As tropas permanecem de sobreaviso por dois meses, com restrição de férias, licenças e quaisquer outras formas de ausência dos seus servidores, para suposta “proteção da ordem pública e da paz social”, “acompanhado de possíveis delitos em conflitos urbanos e rurais”. Essa portaria atenta contra os princípios fundamentais da democracia, e por consequência está a serviço da criminalização da luta por uma sociedade sem exploração, sem injustiças e sem opressões.

A FASUBRA Sindical apoia de forma incondicional a luta necessária pela Reforma Agrária no país, por ser uma Reforma fundamental para viabilizar o desenvolvimento político, cultural, social e econômico do país, pavimentando o caminho para a superação da condição de dependência subalterna de nossa economia. Ao passo que nesse tenebroso período conjuntural, a FASUBRA compreende que a luta em defesa de uma Reforma Agrária sob o controle das trabalhadoras e dos trabalhadores, está aliada à luta contra o golpe parlamentar-midiático-jurídico em curso no país, e à luta em defesa de uma educação pública estatal, com autonomia e liberdade pedagógica.

Por fim, ressaltamos que o ataque ao MST, é um ataque a todas as organizações das classes trabalhadoras desse país; portanto o ataque que sofre o MST hoje poderá ser destinado a qualquer outra organização sindical e/ou popular no futuro próximo! Por isso não nos calaremos!

 

Em defesa de uma Reforma Agrária Popular!

Todo Apoio ao MST!

Em defesa de uma Educação Pública, Estatal, Autônoma e Libertária!

30 de junho de 2016