Por Osmam Martins

Como parte do Comitê Regional Contra a Reforma da Previdência e Trabalhista – grupo formado por diversas entidades com objetivo de se mobilizar contra a retirada de direitos imposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer – o SINTET-UFU esteve ao lado da classe trabalhadora na histórica Greve Geral do último dia 30 de junho.

Neste dia de mobilizações, o prefeito golpista de Uberlândia, Odelmo Leão (PP), recebeu o Ministro da Saúde, Ricardo Barros (PP), conhecido por declarações polêmicas e pouco fundamentadas, como “Homens trabalham mais que mulheres” e “Quanto mais gente tiver plano de saúde, melhor”. O ministro também é abertamente um defensor do fim do Sistema Único de Saúde, o SUS.

Na agenda do ministro, estava a visita ao Hospital Municipal de Uberlândia pela manhã, onde ele foi recebido por manifestantes que portavam faixas com críticas ao prefeito Odelmo por leiloar a saúde e educação pública em Uberlândia, além de repetirem gritos de ordem contra o ministro e o líder do executivo uberlandense.

Após a visita, o Ministro deixou o hospital em carro particular para fugir dos manifestantes e se encaminhou para o auditório da prefeitura municipal, onde participaria de reunião com prefeitos e gestores da saúde.

Seguindo com ato pacífico até a Câmara Municipal, seletivamente alguns manifestantes foram impedidos de entrar na casa do povo para acompanhar a reunião, depois disso, o grupo reivindicou o direito integral de entrada no prédio público, sofrendo dura repressão da segurança privada da câmara. Os manifestantes se concentraram em frente à entrada principal e repetiram gritos de ordem contra a restrição de entrada feita pelos funcionários que faziam a segurança do prédio, que pressionaram a porta sobre os manifestantes, quebrando-a. Houve tumulto e cinco militantes e um funcionário da segurança ficaram feridos.

A polícia foi acionada e quatro pessoas foram arbitrariamente indiciadas por dano ao patrimônio público e foram conduzidas no porta-malas da viatura [cofre], sofrendo abuso de autoridade por terem sido deixadas por cerca de 3 horas neste espaço embaixo de sol, além de ficarem detidas por mais de 12 horas e serem liberadas por falta de provas de que houve participação no dano.

Com a confusão, a reunião que seria no auditório foi transferida para a sala de reuniões do Centro Administrativo, onde o Ministro Ricardo Barros anunciou a liberação de recursos para a região. Apesar do alarde na divulgação do valor encaminhado, Uberlândia terá de dividir a fatia – de R$ 19 milhões – com outros 19 municípios do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.

Para o advogado do SINTET-UFU, José Carlos Muniz, “Essa atitude da Polícia fere a Constituição e remonta a ditadura civil militar, uma vez que foram feitas prisões por averiguação”, disse.

Houve, ainda, um segundo ato da Greve Geral do dia 30 de junho que ocorreu às 16h na Praça Ismene Mendes por Diretas Já e Ato-show na Praça Clarimundo Carneiro no domingo, 02 de julho, às 15h.

As mobilizações de 30 de junho reafirmam a luta constante das trabalhadoras e dos trabalhadores contra a privatização da saúde pública, em defesa do SUS, contra a reforma da previdência, contra a reforma trabalhista, e na garantia por direitos dos trabalhadores/as.

4 de julho de 2017