Dia Internacional de Ação Pela Despatologização Trans

No dia 21 de outubro, diversos países organizam ações pela despatologização trans. A campanha iniciada pela plataforma ativista internacional Stop Pathologization International (STP), tem como objetivo incentivar a realização de ações  contra a patologização da identidade de gênero em diferentes partes do mundo. Neste ano, o lema da campanha é “Pare a patologização  trans em todo mundo”.

Atualmente, o Manual Diagnóstico  e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-IV) e a Classificação Internacional de Doenças (CID 10) ainda consideram que, pessoas com identidade transgênero (travestis e transexuais)  têm transtorno de identidade.

A FASUBRA Sindical reconhece e encampa a luta pelo respeito e despatologização trans, pela identidade de gênero como  dignidade da pessoa humana e orientação sexual como condição sócio-cultural de cada indivíduo.

História

Em 2009, a STP iniciou uma divulgação internacional alcançando 397 grupos e redes da África, América Latina, América do Norte, Ásia, Europa e Oceania.  Em 2012, foram mais de 100 ações em 45 cidades de diferentes continentes.

Entre os objetivos da campanha é a retirada da categoria de “disforia de gênero”/ “transtornos de identidade de gênero” dos manuais internacionais de diagnóstico. A abolição dos tratamentos de normalização binária a pessoas intersexo – pessoas que nascem com uma anatomia reprodutiva ou sexual que não se encaixam na definição típica de sexo feminino ou masculino, de acordo com a Sociedade Intersexual Norte Americana.

A STP também reivindica o livre acesso aos tratamentos hormonais e às cirurgias (sem tutela psiquiátrica), e que o serviço público dê atenção à saúde trans-específica (acompanhamento terapêutico voluntário, atendimento ginecológico/urológico, tratamentos hormonais, cirurgias).

A luta contra a transfobia (que pode ser definida como: sentimentos negativos a pessoas transgêneros, transexuais e travestis) deve fomentar a formação educacional e a inserção social e no mundo do trabalho das pessoas trans, visibilizar e denunciar todo tipo de transfobia institucional ou social.

Você sabia ?

Em 1990, a Assembleia Geral da OMS (Organização Mundial da Saúde) retirou o código 302.0 do CID (Classificação Internacional da Doença) que tratava como doença, distúrbio e perversão o “homossexualismo”. Assim, foi retirado o sufixo “ismo” que remete a uma patologia, adotando o termo homossexualidade.

Identidade de gênero x orientação sexual

As expressões “identidade de gênero” e “ orientação sexual” são diferentes. Identidade de gênero é ligada a consciência do indivíduo em relação ao seu gênero e sua sociabilidade, geralmente ligada aos gêneros mais hegemônicos na sociedade: masculino ou feminino.

A orientação sexual está relacionada a uma atração erótica ou desejo sexual. Pode ser atração homossexual (dois gêneros que sentem atração por alguém do mesmo gênero: gays, lésbicas), heterossexual (dois gêneros sentem atração por pessoas do gênero oposto: homem que sente atração por mulher ou vice-versa), bissexual (atração por mais de um gênero) ou assexual (não sente atração sexual por nenhum gênero). Os transexuais podem ser pessoas de  qualquer uma dessas orientações.

Identidade de gênero não é transtorno e nem doença, é  dignidade!

 

Assessoria de Comunicação FASUBRA Sindical

24 de outubro de 2017