Mesa-debate: assuntos de aposentadoria diante dos ataques do governo

Por Guilherme Gonçalves

Seguindo com a programação do primeiro dia do XXV CONSINTET-UFU, aconteceu a mesa-debate sobre assuntos de aposentadoria diante dos ataques do governo. A mesa foi composta por Maria Laudemira Resende como mediadora, e os palestrantes Elizete Mendes Rosa, José Carlos Muniz Filho e Miqueias de Souza Marçal.

A técnica-administrativa em educação aposentada, Elizete Mendes foi a primeira a falar. Ela fez um histórico das reformas da previdência ocorridas desde a realizada pelo ex-presidente do Brasil, Fernando Henrique Cardoso. A aposentada desmentiu ainda alguns argumentos do governo, como o de que a previdência social brasileira dá prejuízo. “A Previdência Social brasileira não é deficitária. Pelo contrário, ela é superavitária, dá lucro. O problema é a má gestão dos recursos previdenciários”, disse a palestrante.

Mendes ainda apresentou uma lista de mentiras ditas pelo governo para tentar convencer a população brasileira que a reforma da previdência é necessária. Dentre elas a de que servidores públicos aposentam cedo. “O governo afirma que servidoras e servidores aposentam muito cedo, quando na verdade, desde 1998, funcionárias e funcionários públicos possuem idade mínima para se aposentar”, completou.

Em seguida, o técnico-administrativo em educação da UFU, Miqueias de Souza Marçal apresentou um pouco das ações realizadas pelo Comitê Regional Contra as Reformas da Previdência e Trabalhista sobre os ataques contra a classe trabalhadora. Mostrou também as ações que devem ser feitas. “Nós precisamos levar o tema de reforma da previdência para fora da universidade. Muita gente lá fora está sendo levada pela propaganda enganosa do governo”, disse o técnico-administrativo.

Para finalizar, o advogado do SINTET-UFU, José Carlos Muniz Filho alguns pontos da reforma e as algumas mudanças. De acordo com ele, a aposentadoria voluntária por tempo de contribuição tende a ser extinguida e o cálculo será diferente. “O primeiro ponto da reforma elimina a modalidade de aposentadoria voluntária por tempo de contribuição.A forma do cálculo da aposentadoria mudará tambeém, a voluntária será composta por 70% da média de remunerações e dos salários de contribuição de toda a vida laboral”, disse o advogado.

Um dos piores pontos dessa reforma é o de aposentadoria por invalidez. “No caso da aposentadoria por invalidez, caso o trabalhador ou trabalhadora não puder desenvolver suas atividades por motivo de doença, ele ou ela será realocado para outra função. Um professor que não consiga mais dar aulas, será obrigado a trabalhar em outra função, como porteiro, por exemplo”, acrescentou.

Para finalizar, Muniz encorajou a luta das trabalhadoras e trabalhadores contra a reforma da previdência. “O governo gastará 44 bilhões do dinheiro público em emendas parlamentares para comprar os votos de deputadas e deputados para aprovação de uma reforma que prejudica a maioria, não podemos aceitar isso”, finalizou.

As participantes e os participantes também puderam participar do debate com tempo de cinco minutos para cada inscrito. Algumas pessoas pediram que a apresentação de José Carlos Muniz Filho fosse disponibilizada. A apresentação pode ser acessada pelo link: https://goo.gl/rhtcXJ

12 de dezembro de 2017