Mesa Debate 4: O futuro do HC-UFU e a luta contra a EBSERH

Por Osmam Martins

A mesa 04 discutiu o futuro do Hospital de Clínicas (HC-UFU) e a luta contra a EBSERH. O debate ficou com o representante da FASUBRA, Mário Guimarães Júnior, o Técnico Administrativo em Educação da PROGRAD-UFU, José Veridiano e a Técnica Administrativa em Educação do Hospital Universitário da UFTM, Simea Aparecida.

Simea parabenizou o SINTET, a greve dos técnicos da UFU e iniciou a discussão do assunto chamando atenção para o processo de implantação da EBSERH no HC da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM). De acordo com a auxiliar de enfermagem, algumas medidas foram tomadas contra a contratação da EBSERH, mas não houve efeito.

“Mesmo com 80% dos três segmentos: técnicos, professores e estudantes contrários à instalação da EBSERH foi autorizado o contrato entre UFTM e EBSERH. Boa parte da população também se manifestou em audiência pública sendo contra”, explicou Simea.

A técnica falou ainda dos problemas diante da nova gestão do HC-UFTM. “Houve uma mudança no sistema dos ambulatórios que causou vários problemas, muitas consultas que eram agendadas se perderam, as pessoas perderam as conduções, sem contar que eram três que trabalhavam no setor, com uma hora para aprender a mexer no sistema e passar para os outros dois em pleno horário de trabalho. Um verdadeiro caos”.

Por último, Simea não deixou de registrar que são inúmeros os processos iniciados por servidores contra a EBSERH. Segundo ela, as principais queixas são relacionadas ao descumprimento de itens previstos no edital de contratação, como por exemplo, a contagem equivocada de horas trabalhadas.

O técnico da Pró-Reitoria de Graduação, José Veridiano, que representa a região norte do Triângulo Mineiro no Fórum Estadual de Saúde chamou atenção para uma assinatura relâmpago de contrato entre gestão superior da UFU e EBSERH. “A questão mais preocupante para nós enquanto uberlandenses é que o reitor tem uma fala nada convincente e pode, do dia primeiro em diante, assinar a questão da EBSEHR”, denunciou.

O técnico esclareceu que a EBSERH não pode ser encarada como uma solução para o problema dos HCs. “Não dá pra gente defender que a EBSERH é a solução, chegamos numa situação que não é brincadeira. Em 2015, foram 365 milhões gastos no hospital, R$ 124 milhões do SUS e o restante do Ministério da Educação, da relação com o SUS precisaria de R$ 12 milhões para manter funcionando e fazer os reparos, recebia R$ 9,5 e dentro de um ano chegaram a uma dívida de 100 milhões de reais”, relatou.

Veridiano completou chamando atenção para as falhas estruturais no hospital, que de acordo com ele não recebe uma reforma há mais de 10 anos.

Mário Júnior foi direto e afirmou que a luta contra a privatização da saúde em Uberlândia é uma pauta urgente que merece atenção permanente, pois com as atuais políticas tocadas pelo governo federal, à empresa pública de direito privado pode se transformar numa OS em curto prazo.

Ao fim, o entendimento coletivo foi de que é preciso lutar pelo fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e rechaçar o projeto de privatização da saúde, não só dentro na universidade, mas além dela, na busca por um HC que garanta uma saúde pública de qualidade em Uberlândia a todas e todos.

13 de dezembro de 2017