Escola Sem Partido: aqui estamos nós

Por Raissa Dantas

A paralisação das técnicas e técnicos-administrativos em educação da UFU começou nessa quarta-feira, 06 de junho, com o arrastão contra o ponto eletrônico de manhã, que mobilizou os campi da universidade com o diálogo direto com a base sobre as mudanças no trabalho que estão em curso.

Na parte da tarde tivemos a mesa “200 anos de Marx e sua contribuição para as lutas das trabalhadoras e trabalhadores” com o coordenador geral do SINTET-UFU, Mário Guimarães Júnior, na mediação do debate e como convidada Eliane Soares, professora do Instituto de Ciências Sociais, e Alexandre Igrecias, assessor político do sindicato.

Eliane Soares fez um apanhado da vida de Karl Marx numa perspectiva biográfica e do homem militante, tantas vezes fragmentado às contribuições teóricas e intelectuais de sua vida. Soares enfatiza eventos da vida de Marx que atualmente são tão polemizados, como a condição de miséria em que ele e sua família viveram, ocasionada por perseguições políticas. A docente narra como “na juventude ele não conseguia emprego por causa da sua militância, como jornalista Marx fundou diversos jornais que eram fechados pouco tempo depois, dado o boicote por causa do conteúdo fortemente militante”.  Eliane refletiu sobre a atualidade das contribuições do Marx para os problemas atuais, enfatizando os pilares de teoria, prática e a consciência de transformação para a história. A convidada frisou a radicalidade no pensamento e militância do teórico, citando a formulação de que “os trabalhadores são inimigos da classe burguesa e dos patrões, porque o lucro dos capitalistas implica a maior exploração e miséria dos trabalhadores, então não existe conciliação” e, assim, Soares demarca as contribuições da necessidade de intensificar as lutas e resgatar Karl Marx militante, acima de tudo.

Alexandre Igrecias continuou as reflexões sobre a vida e a obra de Marx na tentativa de dialogar contribuições com a atualidade do mundo moderno. O assessor político apresenta a síntese do Estado como balcão de negócios da burguesia, no livro “O 18 de Brumário de Luís Bonaparte”, contextualizando a luta dos últimos anos, pontuando a “emenda constitucional 95, lei da terceirização, reforma trabalhista, privatizações, encarceiramento em massa, extermínio da juventude negra e pobre. O Estado não está a nosso serviço, não podemos nutrir ilusões com o Estado.”. Igrecias também reflete a “Crítica do programa de Gotha”, resgatando que é necessário reivindicar os apontamentos de Marx quando vislumbra um possível comunismo no futuro, em que sintetiza que “a fase superior do comunismo seria fundado no princípio generoso de que cada qual trabalharia de acordo com suas capacidades e receberia de acordo com suas necessidades”, na conclusão da importância das lições que Karl Marx traz para a atualidade da luta das trabalhadoras e dos trabalhadores de todo o mundo.

Diversas pessoas do público contribuíram com o debate, levando questionamentos, críticas, destaques e outros olhares sobre a vida e a obra de Marx. A atividade foi amplamente elogiada e algumas sugestões levadas para o aprofundamento do debate serão avaliadas para aplicação e atividades futuras.

Em breve disponibilizaremos o registro integral da atividade no Youtube e Facebook do SINTET-UFU.

6 de junho de 2018