Mulheres debatem o cotidiano profissional

Por Guilherme Gonçalves

Na noite de ontem, quinta-feira (6), o SINTET-UFU através de sua Coordenação de Políticas Sociais e em parceria com o Conselho Regional de Serviço Social (CRESS), realizou o debate “Mulheres Trabalhadoras: desafios e perspectivas no cotidiano profissional”. O evento aconteceu no anfiteatro D do bloco 5O, campus Santa Mônica da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). As debatedoras foram Elenita Pinheiro, professora da Faculdade de Educação (FACED-UFU) e Soraia Veloso, professora da Faculdade de Ciências Integradas do Pontal (FACIP-UFU).

Com bom público, o anfiteatro foi tomado por rico debate sobre a condição e as perspectivas das mulheres trabalhadoras para hoje e o futuro. A primeira a debater foi a professora Soraia Veloso que iniciou dizendo o quanto espaços assim são importantes e necessários. “Esses debates são importantes durante todo o ano, precisamos desvincular o assunto do dia 8 de março, que é uma data de destaque, mas não pode ser o único período para a abordagem de um tema sério”.

A professora do Pontal apontou ainda a perversidade da reforma trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional. “A reforma trabalhista vem para massacrar a classe trabalhadora e pressionar ainda mais as mulheres com relação aos seus direitos, principalmente, os relacionados à maternidade”. A docente ainda enfatizou que chefias, tanto na iniciativa privada, quanto no serviço público, precisam entender a importância do respeito aos direitos das mulheres. “As empresas devem entender que as mulheres têm direitos como a licença maternidade que deve ser respeitada. E no serviço público também devemos ficar atentas, pois, às vezes as chefias pressionam a trabalhadora a não cumprir os 180 dias de licença para que o setor não fique desfalcado por muito tempo. E isso não pode ser tolerado”, finalizou Soraia Veloso.

Em seguida foi à vez de Elenita Pinheiro contar um pouco de sua experiência. “Quando eu comecei a trabalhar, eu não tinha noção dos meus direitos, não sabia o que era a Consolidação das Leis de Trabalho (CLT), e depois de muito tempo percebi que essa falta de noção era propositalmente negada às trabalhadoras e trabalhadores”.

A professora da Faculdade de Educação finalizou dizendo que a luta para acabar com o preconceito é dura, pois ele é culturalmente disseminado. “O machismo, a misoginia, o sexismo, etc, ainda são muito fortes, pois culturalmente a sociedade é moldada assim, inclusive mulheres que praticam ações machistas, misóginas e sexistas”, completou.

Após as explanações das debatedoras, as presentes e os presentes puderam relatar experiências e fazer perguntas as professoras. Houve também sorteio de brindes. Em breve o ensaio fotográfico estará disponível no Facebook do SINTET-UFU.

6 de julho de 2018