Fala SINTET-UFU | 06 de março de 2024 | Dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras

PROGRAMA FM UNIVERSITÁRIA – 06 de março de 2024

(Raissa) Olá, companheiras e companheiros, aqui é Raissa Dantas e nesse Fala SINTET-UFU a gente conversa sobre o Dia Internacional das Mulheres. Sintonize suas lutas.

8 de março tá chegando. Nessa semana, celebramos e refletimos sobre o Dia Internacional das Mulheres Trabalhadoras. Sim,  trabalhadoras, já que a história dessa data carrega o protagonismo de classe, intrínseco ao seu surgimento.

São as mulheres, em sua imensa maioria, que realizam os trabalhos socialmente necessários para a subsistência da vida humana, e trabalhos estes que seguem em posição de invisibilidade. Neste episódio, nós vamos explorar não apenas o passado, mas também as lutas contemporâneas que ecoam as vozes das mulheres em busca de justiça, igualdade e dignidade.

Nessa semana convidamos Jorgetânia Ferreira pra conversar com nossos ouvintes sobre o 8 de março. Jorgetânia é mãe, trabalhadora, docente do Instituto de História da UFU e presidenta da ADUFU – Seção Sindical.

Seja bem-vinda, Jorgê.

(Jorgetânia) Olá, Raissa, olá, ouvintes do Fala SINTET-UFU. Eu sou Jorgetânia, professora de História, feminista e presidenta da ADUFU. É um prazer conversar com vocês.

Queria falar um pouquinho sobre a origem do Dia Internacional das Mulheres. É preciso dizer que o Dia Internacional das Mulheres tem origem socialista. Quem propôs essa data foi a feminista marxista alemã Clara Zetkin, em 1910. Ela entendia que essa luta tinha que ocorrer em todo o mundo, por isso foi proposto o Dia Internacional das Mulheres. Também em 8 de março de 1917, as mulheres na Rússia fizeram greves e protestos pela saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial. O lema dessa marcha era paz e pão.

Dessa origem, eu quero destacar duas coisas. A primeira é de que o 8 de março tem uma origem de luta. O capitalismo quer se apropriar dessa data, fazer do 8 de março um dia de mercado, mas nós reafirmamos sua origem como luta por igualdade, por direitos, pelo fim do machismo e das desigualdades, pelo fim do capitalismo, do racismo e todas as formas de opressão. Porque toda a desigualdade, ela recai mais sobre as mulheres, especialmente as pobres, as negras, as indígenas, as mulheres com deficiência, as migrantes e as velhas.

A segunda coisa que quero destacar é que não é possível ser feminista e não lutar contra o genocídio do povo palestino. E é genocídio o que Israel está fazendo. Já são 8 mil mulheres palestinas mortas. Mulheres que estão parindo sem apoio, fazendo cesarianas sem anestesia, mulheres viúvas perdendo seus filhos e filhas e crianças perdendo suas mães. Por tudo isso, é preciso dizer não às guerras e parem o genocídio em Gaza, toda a nossa solidariedade às mulheres palestinas. Precisamos dizer também porque que ainda é necessário o dia internacional das mulheres depois de tantos anos.

É preciso um dia da mulher, porque nós mulheres continuamos sendo vítimas da violência especificamente por sermos mulheres. Continuamos ganhando um salário menor por um trabalho igual, porque continuamos sendo sobrecarregadas com o trabalho doméstico e com os cuidados, gerando maior adoecimento mental. Precisamos de um 8M porque quando faltam as políticas de saúde, de educação e assistência, isso pesa mais sobre nós mulheres. É preciso dizer também que temos várias pautas locais.

Em Uberlândia e na UFU, ainda há muito a avançar. Nós somos a maioria da população, mas ainda não tivemos a primeira reitora na UFU e o tempo ainda não teve. Ainda, quem sabe, em 2024, nós tenhamos a primeira Prefeita. Nós precisamos de escolas em tempo integral, restaurantes populares, lavanderias comunitárias. Precisamos de cuidado com a saúde das mulheres. É muito falado sobre, por exemplo, o outubro rosa, mas não se dá as condições para que as mulheres façam seus exames e tenham assistência médica, porque se a gente não tem isso num prazo rápido, a nossa saúde fica comprometida. Por isso, precisamos de políticas para as mulheres. E por tudo isso que eu quero convidar você a participar do 8 de março aqui em Uberlândia, na Praça Central, Praça Ismene Mendes. É pela vida das mulheres.

De o Uberlândia à Palestina, eu acredito nelas. Vai ser nesta sexta -feira, 8 de março, a partir das 15 horas, na Praça Ismene Mendes. E eu espero vocês lá. Um abraço.

(Raissa) Esse foi o FALA SINTET-UFU dessa semana! Você pode conferir mais informações em nosso site e em nossas redes sociais. Ótima semana a todas e todos e até o próximo programa!



4 de março de 2024