Fala SINTET-UFU | 11 de janeiro de 2023

PROGRAMA FM UNIVERSITÁRIA – 11 de janeiro 2023

 

(Lorena) Olá, companheiras e companheiros ouvintes da Universitária FM, eu sou Lorena Martins e está no ar o FALA SINTET-UFU.

No último domingo, dia 8 de janeiro, o Brasil assistiu perplexo os atos terroristas praticados pelos apoiadores e apoiadoras do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os criminosos invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, em Brasília. Cenas lamentáveis que marcaram pra sempre o prejuízo do bolsonarismo na história do país.

Bom, e uma das coisas que chamaram a atenção durante o acontecimento, foi a ação da polícia diante do ataque dos criminosos ao patrimônio público. E quem vai falar sobre isso com a gente é o Coordenador Geral do SINTET, Robson Luiz Carneiro. Robson, seja bem-vindo.

 

(Robson) Olá, Lorena. Olá, ouvintes do Fala SINTET. Bom, o esse tema de desmilitarização da polícia militar, né, é um tema bastante polêmico pela incompreensão que a sociedade tem a respeito do assunto. Né, quando você fala nisso, o pessoal pensa que todo mundo está propondo a extinção da polícia, o desarmamento da polícia. Quando na verdade não é isso, né? O que se propõe é a desvinculação da Polícia Militar do Exército pra que ela volte a ter o caráter civil que ela sempre teve. Até o início da ditadura a nossa polícia ela era civil, não era militar, então ela se dividia em dois aspectos, o investigativo e o ostensivo. Era tudo da polícia, da polícia civil. Com o advento da ditadura houve uma migração da polícia militar responsável pelo patrulhamento ostensivo, houve uma vinculação dela com o exército. E aí ela adquiriu todo esse Informativo que ela tem hoje, né? As instruções são baseada nas instruções do do Exército, são portanto é uma a instrução que deixa a instituição eh mais bruta, mais rígida, mais severa no trato com a sociedade. Toda essa formação militar imposta à polícia eh prejudica muito dos seus junto com a sociedade. Então, o que a gente propõe, na verdade, é isso, né, o que o pessoal defende é que haja essa desvinculação, que haja um retorno às origens, que haja condições, por exemplo, da polícia militar responder civilmente por aquilo que ela pratica, que era o que acontecia antes. Hoje, um oficial militar ou um da da Polícia Militar. Ele vai responder a um processo administrativo militar, né? Na justiça militar. Ele não responde na justiça civil. E então essa desvinculação a gente eh entende que traria eh uma polícia na sua formação né? Na sua formação. Eh uma polícia mais envolvida com os aspectos sociais eh mais aberto a sociedade, mais humanizada inclusive e mais responsável por seus atos eh de uma forma mais mais direta, sem tanta burocracia igual tem hoje. Então eh só pro pessoal ter uma ideia mais ou menos de de isso permitiria inclusive que a o o uso da polícia pelo estado fosse um uso mais coerente. Ele não fosse usado de acordo com a conveniência do estado. Nós tivemos dois exemplos muito claro disso recentemente. Nós tivemos atos em Brasília, né? Que a polícia eh simplesmente não agiu, deixou acontecer aqueles atos terroristas lá em Brasília e ficou assistindo, né? Com certeza deve ter havido uma orientação pra que aquilo seja fosse feito daquela forma e ao mesmo tempo aqui em Uberlândia, quando os professores foram lutar contra a reforma da previdência, né? O aparato do estado, né? Ou da prefeitura aqui do nosso caso, eh determinou que a polícia fosse lá e impedisse que o povo participa acima das discussões, ou seja, a polícia sendo usada como instrumento político do estado pra determinar o que que o povo pode ou que que ele não pode fazer. Então eh essa desmilitarização, essa essa descaracterização da polícia como instrumento repressor do estado é o que a gente defende. Então o tema é complexo precisa muito eh de muito debate, já existe, já existiu, né? A proposta de uma PEC eh no Senado apresentada pelo senador Lindbergh que tá engavetada, né? E agora recentemente um outro senador pediu o desarquivamento pra voltar a essa discussão e eu acho que nesse momento de transformação que está passando ou de resgate, né? Das suas instituições e da democracia. É o momento certo da gente retomar esse debate e avançar nesse assunto. Estamos, né? Lá na coordenação no dia a dia aberto eh aos debates e as proposições positivas pra nossa sociedade. Um abraço.

 

(Lorena) E esse foi o FALA SINTET-UFU dessa semana! Você pode conferir mais informações em nosso site e em nossas redes sociais. Ótima semana a todas e todos, se cuidem e até o próximo programa!

 

10 de janeiro de 2023