Fala SINTET-UFU | 16 de agosto de 2023 | O que tem acontecido no Pronto Socorro do HC-UFU?

PROGRAMA FM UNIVERSITÁRIA – 16 de agosto de 2023

 

(Raissa) Olá, companheiras e companheiros, aqui é Raissa Dantas e nesse Fala SINTET-UFU a gente conversa sobre a situação do Hospital de Clínicas da UFU.

O HC é sempre pauta central na luta dos técnicos da UFU. Nos últimos meses foram muitas as mobilizações em torno do hospital, dos seus trabalhadores e usuários. O SINTET-UFU referendou, via plebiscito popular, a posição de que é necessário que se faça eleições diretas pros cargos de chefia da unidade. Além disso, na última semana tivemos uma paralisação nacional com a inclusão da pauta local: um pedido por socorro, em virtude da situação caótica que o HC se encontra, seja na sobrecarga extrema – apesar do pleonasmo – que os trabalhadores passam nos turnos de trabalho, seja na condição de atendimento que os usuários recebem, que está longe de ser o que o nossa população merece.

Nesse sentido e direto ao ponto, convidamos Gilberta Pires, que técnica em enfermagem da UFU e coordenadora do sindicato, para conversar com a gente sobre o Hospital de Clínicas da universidade. 

Sejam bem-vinda, Gilberta.

 

(Gilberta)  Bom dia, eu sou Gilberta Pires, sou técnica em enfermagem da Universidade Federal de Uberlândia e atualmente também estou como coordenadora de assuntos jurídicos de relações do trabalho do SINTETI UFO. Eu vim até aqui hoje para falar alguma coisas sobre o nosso hospital e sobre a a situação atual do pronto-socorro da UFU. O HC hoje é um dos principais hospitais públicos de referência em todo o país. Foi construído como unidade de ensino para o ciclo profissionalizante do curso de medicina em mil novecentos e setenta. O HC é referência para atendimentos de média e alta complexidade para municípios do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba pelo Sistema Único de Saúde o SUS. O serviço de emergência é realizado pelo próprio pronto socorro aberto durante vinte e quatro horas enquanto casos eletivos são acolhidos pelo ambulatório por meio de encaminhamentos feitos pelo sistema de regulação municipal e estadual. O HC é referência para aproximadamente três milhões de pessoas e conta com mais de quinhentos leitos para internações de médias e altas complexidades. Em pesquisa realizada por mim em um jornal da Globo do G1 em dezembro de dois mil e doze podemos nos deparar com uma repor que dizia que o pronto-socorro do hospital atendia em média de duzentos a trezentos pacientes por dia. Imaginemos agora nos dias atuais. Eh o que eu gostaria de falar também é que o hospital eh trabalha a portas abertas. Que que significa isso? Significa principalmente que atendemos a todos que chegam no pronto-socorro. Desde a alta e média complexidade que é o nosso foco principal até a atenção primária por exemplo. Uma febre alta, uma criança com uma assim um um simples dedo quebrado ou que deveriam ser atendidos pelas unidades de atendimento integrado que são as criadas pela prefeitura municipal de Uberlândia. Hoje contamos com sete unidades em vários pontos da cidade, bairro Planalto, Roosevelt, Mar Morumbi, Tibério, Pampulha e São Jorge. Elas são as unidades de referência primária e elas são a porta de entrada do SUS do município. Elas atendem consultas por ativos, inalações, controle de pressão arterial, faz medicações vacinação, pré-natal, pediatria e até pequenas cirurgias. Possuem também o horário do trabalhador e algumas funcionam até às vinte e duas horas. A Prefeitura Municipal de Uberlândia possui também um hospital de referência que é o hospital municipal. E conseguimos perceber com alguns colegas que também trabalham no setor de alguma forma o funcionamento de lá é um pouco mais eficaz porque tem um dimensionamento pessoal mais adequado. Agora em contrapartida o nosso hospital de clínicas está funciona vinte e quatro horas por dia, com portas abertas, atendendo todas as ocorrências, principalmente da nossa região, no entorno da nossa região, com casos mais graves e urgentes. A situação do HCU é preocupante diante do quadro restrito dos uma vez que a atual gestão da EBSERH ainda não cumpriu o acordo eh colocando eh o nosso efetivo que está com uma falta de servidores de aproximadamente seiscentas e cinquenta pessoas. Esses são os servidores da saúde que ainda estão pra completar o nosso quadro. São médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, técnico de laboratório, assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, farmacêutico e os demais técnicos e servidores tão importantes assim ao atendimento com a qualidade que todos os pacientes e os servidores merecem. O HC seus trabalhadores e trabalhadoras assim como os cidadãos que precisam dos nossos serviços pedem socorro como disse o nosso amigo Sebastião Elias que é enfermeiro no Hospital de Clínicas ele disse eh nós somos uma instituição que socorre e que pede socorro. E esse socorro não virá por outro caminho que não seja o resgate da nossa identidade institucional. Não é possível recuperar o Hospital de Clínicas sem retomar o caráter democrático que faz parte da sua história. Não é possível um bom atendimento sem garantir boas condições de trabalho e recursos para que o hospital funcione bem. Não é possível ser referência para cerca de quase três milhões de pessoas sem pelo menos termos a recomposição da força de trabalho. Nós estamos trabalhando com a carga mínima. Não é possível gerir um hospital dessa magnitude sem autonomia política, administrativa e financeira. Com efeito torna-se necessário alinhar o modelo de gestão à realidade regional na atual o está inserido e atua. O sindicato da UFU lamenta profundamente a morte de um homem idoso ocorrido há algumas semanas atrás as portas do pronto-socorro. E reforça como vem fazendo sistematicamente nos últimos anos as autoridades institucionais, políticas e até mesmo judiciárias precisam discutir urgentemente a saúde pública de Uberlândia e região convocando inclusive o governador do estado para dar explicações sobre a falta de atenção e aporte financeiro adequado à saúde, educação que todos merece sim. A saúde é um direito de todos e todas e é extremamente revoltante pruma situação dessa possa ocorrer. Os cuidados da saúde de Uberlândia não são responsabilidade apenas da UFU. Pelo contrário, então antes de tudo atribuições dos poderes executivos municipal e estadual porque não temos ainda um hospital regional? Porque o pronto-socorro está lotado? Por que que a empresa brasileira de serviços hospitalares ainda não atendeu o dimensionamento da força de trabalho? Porque o poder público tem se calado diante desse quadro assustador que tornou-se a saúde em Uberlândia. Essa são perguntas que precisam ser respondidas porque é de direito e são situações que precisam ser resolvidas urgentemente com todos os setores. Nós não podemos mais ter notícias de novas mortes em situações assim tão absurdas.

 

(Raissa) Esse foi o FALA SINTET-UFU dessa semana! Você pode conferir mais informações em nosso site e em nossas redes sociais. Ótima semana a todas e todos e até o próximo programa!

 

16 de agosto de 2023