Fala SINTET-UFU | 17 de janeiro de 2024 | A coletividade contra o individualismo

PROGRAMA FM UNIVERSITÁRIA – 17 de janeiro de 2024

 

(Lorena) Olá, companheiras e companheiros, aqui é Lorena Martins e nesse Fala SINTET-UFU a gente conversa sobre a coletividade contra o individualismo. Sintonize suas lutas.

A mobilização e união das trabalhadoras e trabalhadores, ao longo da história, foi responsável pelas conquistas e garantias de direitos e melhorias na sociedade. Neste programa a gente reflete como a coletividade pode atuar no combate ao individualismo, uma vez que o avanço das lutas coletivas depende justamente disso. 

Pra conversar com a gente sobre esse tema eu convido o Lucas Mion. O Lucas é médico, atua no município de Cachoeirinha, no Rio Grande do Sul, participa do coletivo de oposição sindical Nós por Nós – Resistir e Lutar, e é militante da Intersindical.

Lucas, seja bem-vindo.

 

(Lucas) Olá pessoal, meu nome é Lucas, eu trabalho no município de Cachoeirinha aqui na região metropolitana de Porto Alegre. Sou trabalhador da saúde, sou médico do CAPS do município que é o Centro de Atenção Psicossocial, voltado pro cuidado de pessoas se que tem algum uso nocivo ou abusivo de álcool ou outras drogas e estou aqui hoje pra falar sobre coletividade. Que foi o tema que me foi encomendado. Então pensei em em pra falar sobre isso falar um pouco do meu trabalho. Eh no né? Mais especificamente sobre o próprio CAPS como como surgiu esse serviço de saúde que foi através da reforma psiquiátrica. Né? Que é como a gente chama um conjunto de lutas que aconteceu especialmente a partir da segunda metade no Brasil mas no mundo todo é se intensificou nos anos noventa e veio a culminar com com a criação dos CAPS já na virada do século aí pro século vinte e um. Eh mas é uma luta também que teve percursoras importantes eh antes da segunda metade do século como a dona Ivane Lara que é foi uma enfermeira e assistente social que trabalhou no Rio de Janeiro e ela também sambista né? Muita gente conhece as músicas dela ela foi uma pessoa muito importante aí nas lutas eh que precederam a reforma psiquiátrica propriamente dita. Ela em conjunto com a psiquiatra Nise da Silveira tiveram um papel fundamental. Eh mas retomando eh os CAPS surgem a partir dessas lutas né? Que lutas que questionavam como a sociedade da época eh lidava com questões de saúde mental, né? Que era principalmente através dos manicômios, né? Que são instituições onde as pessoas passam a ir por longos períodos internados ou mesmo permanentemente internadas e muitos eh e são submetidos a uma série de violências né? Eh e não ao cuidado em saúde mental como deveria ser. Então essas lutas questionaram os manicômios e conseguiram implementar outras maneiras né? Que não essas né? Manicomiais Como a gente diz eh pra lidar com as questões de saúde mental. Então os caps surgem muito a partir disso. Eh então assim pra pra surgir esses locais né? Os CAPS eh onde as pessoas podem ter acesso a um cuidado eh em saúde mental necessário muita luta, foi necessário muita noção de coletividade. Foi necessário muito se entender como ser coletivo, né? E romper com com tudo que nos colocado, nos ensinado eh na sociedade que a gente vive de de cada um cuidar do seu né? Ou dos seus né? Dos seus muito próximos né? Das suas famílias ou só do seu setor ali de trabalho ou só só da sua categoria profissional né? A gente precisa eh romper isso pra chegar na coletividade e quando a gente consegue fazer isso, a gente avança, né? Como foi feito aí por, pela aqueles que nos precederam na reforma psiquiátrica, né? Os trabalhadores da saúde, trabalhadores e trabalhadoras da saúde da época, lutaram muito por direitos dos usuários, né? E usuárias do serviço de saúde. Os usuários e usuárias lutaram por dos trabalhadores e assim por diante, né? Então a gente ainda tem muita luta pra fazer, né? No campo da saúde mental existem ainda muitas contradições, não tá de maneira nenhuma terminada essa luta eh e não só no campo da saúde mental, muitos outros, né a nossa força enquanto classe trabalhadora sempre esteve na nossa capacidade de se organizar coletivamente. Então a gente vive tempos que a gente precisa inclusive relembrar isso e fortalecer essas lutas coletivas né? Pra resistir e também pra avançar É isso aí

 

(Lorena) Esse foi o FALA SINTET-UFU dessa semana! Você pode conferir mais informações em nosso site e em nossas redes sociais. Ótima semana a todas e todos e até o próximo programa!

16 de janeiro de 2024