FALA SINTET-UFU | 19 de julho de 2023 | Mercantilização do direito à saúde

PROGRAMA FM UNIVERSITÁRIA – 19 de julho de 2023

 

(Lorena) Olá, companheiras e companheiros, aqui é Lorena Martins e nesse Fala SINTET-UFU a gente vai conversar sobre a mercantilização do direito à saúde.

Sob os princípios básicos da universalidade, integralidade, equidade, descentralização e participação social, existe o SUS, Sistema Único de Saúde. O SUS é uma importante conquista dos trabalhadores, garantido pela constituição de 1988 e pautado na garantia do direito à saúde. Mas esse direito à saúde, no capitalismo, torna-se uma mercadoria.

Pra explicar melhor essa pauta, eu convido Wanderson Fagundes, que é Assistente Social no HC-UFU e Coordenador do Sindicato. Seja bem-vindo, Wander.

 

(Wander) Saudações Lorena, demais ouvintes da Rádio Universitária. Vamos falar um pouquinho então de mercantilização da saúde. Que que é isso? Inicialmente a gente sabe aí que saúde é um direito, né? Mas na sociedade capitalista cada vez mais o que a gente tem visto é esse direito tornando uma mercadoria, isso é uma forma de grande capitalista obterem lucro e concentrar riqueza. Então vamos lá, nossa constituição trata a saúde como um direito de todos e todas e um dever do Estado que deve ser garantido através das políticas sociais, né? Que vivem redução de de risco, recupera promoção da saúde, um acesso igualitário universal pra todos e todas. Pois bem, pra colocar em prática esse direito à saúde que tava escrito lá na constituição, foi criado através da lei oitenta, oitenta de noventa, o SUS, né? Então, mil novecentos e noventa sai a lei do SUS O SUS é resultado do quê? Assim como a constituição. De um período muito intenso de luta dos trabalhadores ocorrido nas décadas de 70 e 80. O qual envolveu ali diversos atores como os médicos, sanitaristas, outros profissionais da saúde, movimentos populares construídos nos bairros. Diante de uma situação precária, né? De pobreza, de falta de atendimento, de carestia. É ali no finalzinho já da Ditadura Militar. O movimento sindical de uma forma mais indireta participa também eh dessa conquista pelo direito à saúde. Até as dez das grandes greves que faziam e parava produção especialmente na região do ABC Paulista. Essas greves, grande movimento sindical, pressionava tanto os empresários, os patrões e também os governos pra atenderem as pautas da classe trabalhadora. Pois bem, o SUS então é uma referência hoje mundial enquanto o sistema universal, isso é. Ele daquela lógica do seguro social, de algo que você precisa contribuir para ter acesso como o INSS, né? Pra você aposentar ou ter direito a um auxílio doença, você precisa contribuir com o INSS, você vai lá e paga na condição de contribuinte individual todo mês ou você tá registrado numa empresa. Eh e o SUS também, né? Aliás, o atendimento em saúde também tinha essa lógica, né? Então, antes do SUS imperavam modelos vinculados que só tinha direito, quem está tinha registro em carteira. Quem não tinha registro era trabalhador informal, tinha que procurar assistência filantrópica, Santas Casas espaço pra realizar esse atendimento que era inclusive superlotados. Agora pensemos, né? Em um país onde hoje trinta e oito milhões de pessoas estão em atividade informal é um grande problema o acesso à saúde que é uma coisa fundamental pro ser humano se manter vivo. Seja vinculado a um registro formal no mercado de trabalho, né. Há uma estratégia de desfinanciamento do SUS, ou seja, financiamento destinado ao SUS não é suficiente pra que ele atenda todo mundo de uma forma eh com qualidade, sem fila, sem superlotação, sem longas esperas. Eh com isso parte dos trabalhadores procurar plano privado de saúde, pagar mesmo sem ter condição, vão tentar pagar esses planos privados ou vão eh pagar consultas ou medicamentos pra terem eh acesso a saúde, sendo que tudo isso deveria ser incluído no SUS. Então o que que é, qual que é a nossa tarefa, né? É preciso que a gente lute pra que aumente o financiamento do fazendo dele um sistema realmente universal e único no que é no qual todos e todas tenham acesso à saúde sem fila, sem superlotação, eh está em jogo. Então a disputa do fundo público de um lado trabalhadores solicitando mais orçamento pra saúde. Educação e outras políticas sociais também. E do outro lado empresários e banqueiros solicitando isenção de taxas e impostos pra que vejam sua margem de lucro aumentar. É só a luta e organização coletiva dos trabalhadores que vai dizer pra gente pra onde penderá esse cabo de guerra que a gente está tentando puxar.

 

(Lorena) E esse foi o FALA SINTET-UFU dessa semana! Você pode conferir mais informações em nosso site e em nossas redes sociais. Ótima semana a todas e todos e até o próximo programa!

18 de julho de 2023