Fala SINTET-UFU | 28 de junho de 2023 | Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+

PROGRAMA FM UNIVERSITÁRIA – 28 de junho de 2023

 

(Lorena) Olá, companheiras e companheiros, aqui é Lorena Martins e nesse Fala SINTET-UFU a gente vai conversar sobre o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. Sintonize suas lutas!

Hoje, quarta-feira, dia 28 de junho, é o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+. A celebração dessa data completa em 2023, 59 anos, e teve origem nos protestos de Stonnewall, realizados em Nova York em 1969.

Bom, e no programa de hoje a gente traz um recorte sobre a falta de pessoas trans no mercado formal. De acordo com uma pesquisa de 2020 da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, apenas 13,9% de mulheres trans e travestis possuíam empregos formais. a mesma pesquisa aponta que o percentual entre os homens trans foi um pouco maior, totalizando 59,4%. 

Vale lembrar que o Brasil lidera há 14 anos o ranking de países mais violentos pra população trans, segundo o relatório da Associação Nacional de Travestis e Transexuais do Brasil, divulgado em janeiro deste ano. São dados que, infelizmente, revelam que ainda há muito a percorrer na luta em combate à discriminação e pela garantia de que a população trans tenha acesso a todos os espaços.

Pra falar sobre essa pauta eu convido o Guilherme Augusto Gomes, que é Auxiliar em Administração na UFU, Doutorando em Estudos Literários e Coordenador de Políticas Sociais e Antirracismo no Sintet. Seja bem vindo, Gui.

 

(Guilherme) No 28 de junho a gente celebra o Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+  em memória da rebelião ocorrida em 1967 nessa data. Não distante dos Estados Unidos, aqui no Brasil também a gente continua lutando pelo reconhecimento dessas seja na sociedade, seja no mercado formal de trabalho e inclusive num movimento social e sindical. Podemos citar por exemplo uma ativista responsável por essa rebelião que é a Marsha Johnson, uma travesti negra que devido a falta de oportunidade precisou apelar à prostituição. Não diferente da Marsha, no Brasil várias pessoas trans e travestis ainda se encontram fora do mercado formal e relegadas apenas ao espaço da prostituição. Obviamente a gente já conta com artistas, cientistas estabelecendo resistência. Mas que se a gente reflete nos nossos postos de trabalho ainda são poucas as pessoas LGBTQIA+ que trabalham conosco. Outro fato histórico que a gente pode citar é o cabeleireiro Evaldo Marques que em 1985 aqui próximo de Araguari apresentou sintomas de AIDS e a partir disso criaram-se vários boatos de que ele estaria na feira lambendo frutas pra contaminar os moradores depois disso ele foi internado na cidade de Uberlândia, depois ele foi ameaçado de ser queimado vivo e impedido de se hospedar na própria cidade. Essa história a gente toma conhecimento no livro Devassos do Paraíso do João Silvério Trevisan, que também conta a história do de Fernando Alcântara de Figueiredo e Marino de Araújo que foram perseguidos pelo Tribunal Militar. Obrigados a se a força de maneira parcial e que batalhado na justiça pra conseguir sua aposentadoria integral. Tudo isso motivado por homofobia praticada contra eles no espaço do exército. Então quando a gente reflete todas essas lutas de trabalhadores que enfrentaram feitos muito contra a sua existência a gente consegue perceber a necessidade de comemorarmos e de trazer esse orgulho no dia 28 de junho. Então a partir das próprias palavras do João Silvério Trevisan, a gente pode refletir assim a opressão que tenta sufocar o nosso desejo ela mesmo será o motor da nossa luz e da nossa dança de vaga-lumes na noite.

 

(Lorena) E esse foi o FALA SINTET-UFU dessa semana! Você pode conferir mais informações em nosso site e em nossas redes sociais. Ótima semana a todas e todos e até o próximo programa!

27 de junho de 2023