Fala SINTET-UFU | 26 de outubro de 2022

PROGRAMA FM UNIVERSITÁRIA – 26 de outubro de 2022

 

(Lorena) Olá, companheiras e companheiros ouvintes da Universitária FM, eu sou Lorena Martins e está no ar o FALA SINTET-UFU.

 

(Lorena) Nessa edição, nós vamos falar sobre o antipetismo, termo utilizado pra definir a aversão de uma parcela de pessoas com relação ao Partido dos Trabalhadores e, também muitas vezes, à própria esquerda, uma vez que a história da esquerda e do PT se mesclam nas últimas décadas da história do Brasil.

O antipetismo, ao longo da história, foi reforçado pelas lideranças contrárias ao PT e é um fenômeno relevante que fundamentou também o atual quadro conjuntural que vivemos. Essa aversão ao PT e seus aliados políticos, ainda que apenas em determinados momentos conjunturais, é o motivo de muitas pessoas terem votado em Bolsonaro no 1º turno das eleições de 2022, mesmo após 4 anos de um governo repleto de escândalos de corrupção, péssima gestão da pandemia, entre outros tantos problemas.

 

E agora, às vésperas do segundo turno das eleições, é importante pautar esse tema. Pra isso eu convido a Amanda Gondim, vereadora de Uberlândia.

 

Seja bem-vinda, Amanda.

 

(Amanda) Oi pessoal, quero agradecer pelo convite. O antipetismo é um fenômeno que moldou o contexto político em que nós nos encontramos, basta a gente se lembrar das últimas eleições presidenciais em que o Lula era o candidato favorito, mas foi retirado da disputa por um juiz completamente enviesado que meses depois tornou-se ministro do presidente eleito em 2018. Mas a gente sabe que esse ódio ao PT e a esquerda não é um fato recente e vem sendo incitado na nossa sociedade há décadas. Nosso país tem uma história de violência e acirramento de direitos contra grupos que são vulneráveis à sociedade, aqui a gente coloca os pobres, negros, mulheres e demais setores são completamente invisíveis dentro desse espectro político que a gente vive. E esse antipetismo é um ressentimento também elitista que propagado por diversos setores sociais, principalmente daqueles que desconectaram aí da classe trabalhadora e que sofreram décadas de mobilização política que culminou também com a chegada do PT ao poder. E essa estrutura da sociedade brasileira que nós vivemos bem elitista, classista, que tem aí um ressentimento com base na estrutura escravocrata que o Brasil também se moldou, ela foi extremamente reacionária a ampliação dos direitos e as reduções de desigualdades que os país viveu a partir de 2003 e Bolsonaro surfou muito nessa onda e não teria chegado ao poder sem esse recrescimento da onda de ódio e o avanço da Lava Jato que foi a superação judicial que afrontou aí diversos três constitucionais que regem nosso estado democrático de direito. E nesse segundo turno as lideranças do lava jatismo e esses ícones de antipetismo voltaram também a se aliar com o Bolsonaro, mesmo com as várias denúncias de corrupção envolvendo os governo e a família do presidente, dos escândalos do MEC, passando aí também pelas rachadinhas dos gabinetes dos filhos e o orçamento secreto que institucionalizou essa compra de votos entre o nosso congresso. E esse problema pra muitos críticos ao PT e a esquerda nunca foi ressuscitado de corrupção né? O atual presidente tem usado casos como o do mensalão pra reacender esse sentimento antipetista, mas obviamente não fala que grande parte dos envolvidos está hoje na sua base de apoio operacionalizando aí o orçamento secreto, um escândalo de proporção muito maior pelo volume de recursos envolvidos e que já começa a vir à tona com investigações e prisões. E o próprio presidente do partido do Bolsonaro, o Valdemar da Costa Neto, foi condenado e preso por envolvimento com o mensalão. Aí fica aqui pra o público que sabe muito discernir nessa eleição que nós temos dois projetos antagônicos em suas propostas e pretensões pro nosso país. E nós sabemos que o que está em jogo é um futuro de democracia e esperança ou de barbárie e retrocesso com todos esses avanços que tivemos desde a constituição de 88. E eu encerro aqui agradecendo essa disputa e reforçando a necessidade de elegermos Lula no próximo domingo, pra garantir que a nossa frase de democracia possa ter esperança de continuar e talvez você seja a nossa missão mais importante da nossa geração, e agradecer novamente pela oportunidade e um abraço especial aos companheiros de luta do SINTET e aos ouvintes aqui do nosso podcast.

 

(Lorena) Esse foi o FALA SINTET-UFU dessa semana, você pode conferir mais informações em nosso site e redes sociais. Ótima semana a todas e todos e até o próximo programa!

24 de outubro de 2022