Fala SINTET-UFU | 27 de julho de 2022

PROGRAMA FM UNIVERSITÁRIA – 27 de julho de 2022

 

(Lorena) Olá, companheiras e companheiros ouvintes da Universitária FM, eu sou Lorena Martins e está no ar o FALA SINTET-UFU.

Nessa edição vamos abordar a Reforma Agrária e a Agroecologia.

O Brasil é um dos países mais desiguais do mundo. E a estrutura fundiária é o retrato desta desigualdade. Menos de 1% das propriedades ocupa quase metade de toda a extensão das áreas rurais do país, que muitas vezes não cumpre a função social prevista na constituição. Tem muita terra improdutiva ou ainda sendo palco de crimes ambientais.

Pra falar sobre a Reforma Agrária, que é o processo de redução dessa desigualdade e outra forma de viver e ocupar a terra, chamamos Cleiciane Ferreira, coordenadora do Movimento Popular Pela Reforma Agrária. Cleiciane, seja bem-vinda, eu gostaria de começar perguntando como está o cenário da Reforma Agrária nos últimos anos?

 

(Convidada) Oi, passando aqui pra cumprimentar os ouvintes. Meu nome é Cleiciane. Eu faço luta pela reforma agrária, né? Uma luta que é muito árdua, muito desgastante, né? Muito sofrida. Ultimamente a gente vem na luta de nós pra nós mesmos né? Porque já existia um abandono por parte do estado em relação a reforma agrária né? Com esse governante, esse desgoverno que está aí no poder isso se agravou né? Porque o seu recurso que já era pouco, foi quase que extinto né? Então a luta ela a luta ela é feita no campo agrário mesmo, a luta é feita com muito enfrentamento, é difícil, é complicado porque vem as reintegrações de posse, né? Vem a truculência também militar e a gente tem que ressaltar, colocar com força a questão que não existe nenhum latifundio expropriado né? Expropriado no sentido que não cumpriu a sua função social, não cumpriu o papel que é o dono daquela propriedade tinha que cumprir e passou isso pra classe trabalhadora né? Então tudo que é desapropriado, é feita a aquisição. O latifundiário ele recebe por isso. Ele recebe, ele recebe tudo de bem feitorias e o valor da terra, né? Então é muito bem pago, né? Tem que cair por terra que quando se faz as ocupações a gente pega tudo, fica com tudo e o fazendeiro fica sem nada. Então isso não é verdade, né? O estado brasileiro paga tudo, tudo que vale a propriedade e é muito bem pago, diga-se de passagem. Passando desse período de ou desapropriação ou aquisição da propriedade aí a gente é o parcelamento da propriedade, né? Que a gente vai lote a lote e sempre conversando com os companheiros, fazendo assembleias pra garantir essa questão de colocar a natureza em primeiro lugar, porque nós é que estamos no habitat dos animais, né? Isso é muito importante pra gente, é manter essa relação do bem viver dentro dos territórios, dentro das áreas de assentamento.

Com isso a gente coloca essa questão da agroecologia, da agrofloresta em primeiro lugar, pensando na vida do ambiente, pensando na nossa vida também, né? Essa questão de veneno, né? Dos agrotóxicos. A gente bane isso das nossas vida porque a gente quer qualidade de vida, a gente quer um bem viver e a gente entra pra dentro desse território com a terra devastada. Então a gente primeiro tem que fazer o tratamento dessa terra. E o tratamento dessa terra não coloca agrotóxico, é manter ela com cobertura, manter a vegetação é fazer o mínimo possível de estrago mas lembrando que a gente também tem que tirar nosso sustento né? Pensando nisso a gente faz todo tudo isso dentro da propriedade de forma de mutirão de coletivos porque a gente compreende também que sozinho a gente não vai conseguir muita coisa né? E é pensando nesse bem viver, é pensando na escoação dessa produção é pensando nesse ecossistema que existe dentro do setor rural que a gente também coloca a alimentação na mesa das nossas crianças na escola. A gente leva essa alimentação e colocando principalmente que não tem agrotóxico, né? Isso pra gente é muito importante, é fundamental. Porque a gente tem que pensar o que vai deixar pras próximas gerações. Porque a nossa relação ela é intergeracional, né? Então a gente está fazendo um trabalho hoje mas visando que quem sabe, né? Essa terra vai continuar. Porque tem que ser mudada, essa terra vai continuar e a gente tem que trabalhar a questão das água, das florestas

 

(Lorena) E esse foi o FALA SINTET-UFU dessa semana! Você pode conferir mais informações em nosso site e em nossas redes sociais. Ótima semana a todas e todos, se cuidem e até o próximo programa!

 

25 de julho de 2022