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Cobertura XXIII CONFASUBRA

Por Assessoria de Comunicação Assufsm

 

Abertura CONFASUBRA: Unidade na luta é ponto central da mesa de abertura

Na noite desse domingo (06), iniciou, em Poço de Caldas-MG, o 23º Confasubra, Congresso Nacional da Fasubra que definirá um plano de lutas para a Federação e a nova gestão para o biênio 2018-2020. Na mesa de abertura estiveram presentes os atuais coordenadores da Fasubra, Gibran Jordão, Léia de Souza e Rogério Marzolla, além de representantes da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) CSP Conlutas, CTB (Central dos Trabalhadores Brasileiros), CUT (Central Única dos Trabalhadores), Intersindical.

Abrindo a mesa de abertura, o coordenador geral Gibran Jordão relembrou que a data do primeiro dia do congresso, também marca 200 anos de nascimento de Karl Marx, líder ativista que representa um símbolo na luta de classes e trabalhista. Durante a fala, ele reforçou o desafio que a 23ª edição do Congresso tem pela frente, na construção coletiva de debates que envolvam a conjuntura nacional, a luta em defesa da universidade pública, a luta pela carreira e contra as opressões.

“Esse é o nosso desafio, votar resoluções que fortaleça um calendário de lutas unificado que possa acumular forças junto com os movimentos sociais, junto com as centrais sindicais e juntos com trabalhadores (as) de outras categorias”, reforçou o coordenador.

Logo após, a também coordenadora geral Léa de Souza, salientou a importância da luta unificada contra as terceirizações, política de cortes e principalmente contra o Decreto 9262/2018 que extingue cargos importantes da carreira dos técnico-administrativos (as) em educação. Para ela, a união da juventude sindical com aqueles (as) que já vem construindo o movimento há mais tempo é fundamental para a nova gestão da Fasubra e para a luta.

“É essa unidade que nós precisamos para a Fasubra, independente de diferenças ideológicas, nós devemos nos unir porque os desafios são muitos. Hoje o maior desafio que essa Federação enfrenta é o combate à mídia hegemônica e golpista, que lamentavelmente ainda convence parte da nossa base”, ressalta. A coordenadora ainda frisa que é importante formar uma base que entenda a luta e reconheça a história da Federação.

Em consonância, o coordenador geral Rogério Marzolla complementa que é necessário olhar para a frente e analisar o que pode ser feito para combater todos esses ataques que são recorrentes a classe trabalhadora. Para ele, a principal forma de combate é ocupar as ruas, fortificando a luta com outras categorias.

“Alternativas classistas de luta se faz nas ruas e essa Federação tem que fazer o chamado, aproveitando todas as Centrais que estão nessa mesa. Precisamos sim de uma Greve Geral nesse país porque é através dessa ferramenta da classe trabalhadora que é possível derrotar as investidas econômicas que estão agora em curso”.

Durante o debate, as demais entidades também ressaltaram a importância de se unir contra o inimigo comum que é o Governo e a Mídia Hegemônica. A histórica Greve Geral de 28 de abril de 2017 foi referência nos discursos para mostrar que a unidade na luta tem força significativa contra o Governo. Também esteve presente ao longo das falas da mesa de abertura, Marielle Franco (executada em março deste ano pelo Estado), como símbolo de resistência e luta pela população negra e periférico.

Logo após a mesa de abertura, em regime de votação, foi aprovado o Regimento Interno do Congresso e o 1º dia de evento encerrou com a cultural da banda The Pulso In Chamas.

Apresentação das Teses

As teses foram antecipadas e defendidas neste primeiro dia. As apresentações contêm propostas de repercussão nacional sobre aspectos que envolvem a categoria dos técnico-administrativos (as) em educação com relevância local e nacional. No total foram apresentadas 9 propostas para discussão.

 

 

2º dia de Congresso debate conjuntura política e econômica do país

O segundo dia do 23º Confasubra iniciou com mudanças na programação, uma vez que a Apresentação das Teses aconteceu na noite de abertura (ver aqui), a manhã desta segunda-feira (07) foi de reuniões dos grupos políticos para debater as propostas para os próximos dias.

Já no início da tarde, a mesa “Conjuntura Nacional e Internacional” reuniu representantes da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Instituto Federal de São Paulo (IFSP), Sindicato dos Técnico-administrativos da UFRGS, UFCSPA e IFRS (Assufrgs), Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais (CUT-MG) e Sindicato dos Trabalhadores Educação da Universidade Federal Fluminense (SINTUFF) para fazer uma avaliação de todo o processo político e econômico que o país está vivendo. Cenário este complexo, marcado por uma política de cortes que reflete diretamente no ensino público e consequentemente na carreira dos técnico-administrativos em educação e da classe trabalhadora no geral.

Abrindo a mesa, o jornalista e poeta Adalberto Monteiro, integrante da CTB saudou a todos e todas presentes destacando que apesar de tempos de conjuntura adversa e danosa, a categoria consegue ser a “ponta de lança da vanguarda de luta”. Ao longo de sua fala, o jornalista destacou que é preciso derrotar os discursos fascistas da direita que banaliza os direitos da classe trabalhadora e destrói a democracia.

“É isso que está colocado, talvez o contexto mais danoso da história do nosso país porque nós estamos vendo a implantação de uma ditadura jurídico-parlamentar. Nós estamos vendo um golpe a cada dia”, denunciou Adalberto Monteiro. Para ele é fundamental o enfrentamento destes modelos conservadores de Governo que assolam a América Latina, a partir da unidade da classe trabalhadora, pois só assim é possível avançar na luta.

A segunda fala da análise de conjuntura foi do professor Valério Arcary, do Instituto Federal de São Paulo (IFSP). “Quando as coisas ficam difíceis a união é fácil”, anunciou o professor abrindo seu pronunciamento. Valério acredita que a ofensiva da classe dominante não é um cenário novo para o país e esse é um momento em que todas as diferenças devem ser pequenas, uma vez que o inimigo é comum e se encontra lá fora. O professor reforçou que este é um momento de ouvir os argumentos e decidir a partir daí qual o mais adequado para uma luta que é inevitável. Ele defende ainda a construção de uma frente combativa que una o movimento sindical e fortaleça a consciência de classe.

“Para transformar o Brasil primeiro é necessária uma revolução mental na cabeça de milhões de pessoas”, desabafa o professor. Segundo ele, os trabalhadores e trabalhadoras vivem num conflito entre ideias verdadeiras e ideias falsas, em que na experiência prática eles sentem os impactos de uma vida de exploração e sofrimento em que a compensação se dá pela necessidade do capital, em contrapartida ao discurso de consciência em que ao observar toda corrupção e desmontes estes e estas trabalhadoras se convencem de que são fracos e desunidos e apesar de serem muitos na verdade não possuem a riqueza, a polícia, o exército e o poder.

A técnico-administrativa em educação Berna Menezes, coordenadora do Assufrgs e integrante da intersindical também ressaltou que toda a situação é complexa. Para ela, o golpe no Brasil foi construído aos poucos e a forma de combater isso é através da luta contra o fascismo. A TAE reforça que as marchas de 2013, que iniciaram a partir de uma juventude sedenta por melhores condições e por um país diferente são um exemplo de como a unicidade e a consciência de classe são significativas. A partir de pesquisas realizadas, Berna anuncia que todas as movimentações de 2013 assustaram a direita e a partir disso, houve a (re) localização e articulação da mesma.

“É possível ter vitória. Nós temos que acreditar nas nossas próprias forças, nós temos sim que nos reorganizar e construir uma Frente Social que seja política em defesa da Democracia”, afirma a coordenadora do Assufrgs. Ela aponta que a principal diferença hoje entre os patrões e os operários é que as elites têm consciência de classe e que os trabalhadores e trabalhadoras ainda precisam retornar as bases para construir a unidade.

A fragilidade da classe trabalhadora também esteve presente no discurso de Beatriz Cerqueira, presidenta da CUT Minas Gerais. Inicialmente ela destacou que vivemos em um período de ruptura democrática, resultante de toda as consequências que o Golpe causou ao país e a classe trabalhadora. Beatriz reforçou que este golpe é parte de algo maior, para além da disputa de partidos políticos, mas é uma estratégia de eliminação da resistência a partir das elites ainda resultantes de um processo muito recente de escravidão, que não enxerga os trabalhadores e trabalhadoras como sujeitos de direitos.

“Era necessário implementar um outro Estado brasileiro que pelas urnas não viria. O povo quer mais saúde, mais educação, quer mais Estado em sua vida e jamais votariam em projetos e programas que significariam menos Estado, menos universidades, menos saúde, menos segurança pública. O povo brasileiro não é burro”, defende a presidenta da CUT-MG e finaliza a fala relembrando que são 50 dias da morte de Marielle Franco (execução política); 39 dias da prisão do padre Amaro, no Pará (prisão política); 30 dias da prisão do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (prisão política) e tudo isso num país que hoje possui 13 milhões de desempregados e 33 milhões de trabalhadores (as) na informalidade.

Para finalizar a mesa de Conjuntura Nacional e Internacional, Pedro Rosa coordenador do SINTUFF lembrou que os encaminhamentos do Congresso vão ter uma influência geral na capacidade de luta da categoria e reforçou que quando a classe trabalhadora se une é possível vencer, como foi o caso da Greve Geral de 28 de abril que parou milhares de trabalhadores e trabalhadoras e resultou num impacto expressivo na economia do país.

Quando as participações da mesa sobre conjuntura Nacional e Internacional encerraram-se, muitos técnico-administrativos e algumas administrativas em educação correram em direção à mesa para candidatar-se a expor ideias e posicionamentos sobre o que tinha sido debatido. Devido ao grande número de inscritos, foi realizado um sorteio de 21 crachás e garantido três minutos para cada participante.

De acordo com a análise dos delegados e delegadas que ocuparam este espaço de debate, ainda existe muitas divergências entre a categoria, e assuntos como campanha salarial, plano de lutas, e indicativo de greve, pouco foram tocados ainda neste segundo dia de congresso. Há os que defendam Lula Livre, há os que condenam, e também há aqueles que priorizam os rumos que o XXIII Confasubra vai tomar durante essa semana. A classe trabalhadora tem sido massacrada pela grande mídia, e pela organização da elite. Muitas são as dúvidas dos participantes, porém é aclamado que seja feita uma escolha de prioridades para dar andamento aos trabalhos. Por fim, unificar as forças, ainda é a expressão mais comentada no congresso, tanto dos convidados da mesa de hoje, quanto dos delegados, delegadas e observadores e observadoras que estão no XXIII Confasubra, que acontece em Poços de Caldas – MG.

3º dia de Congresso é de intensa discussão sobre democracia e educação

Na manhã desta terça-feira, 08, o 23º Confasubra iniciou o congresso com quatro temas importantes: Universidade, Direitos Sociais, Democracia e Hospitais Universitários.

A mesa, composta por representantes masculinos, começou com Fernando Maranhão, representante do coletivo UNIR, onde enfatizou a importância do papel da Universidade na vida dos estudantes, da autonomia, do Ensino, da Pesquisa e da Extensão. Ele criticou o funcionamento dos Hospitais Universitários, com gestão da Empresa brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), que funcionam com números de atendimentos em detrimento ao ensino e a pesquisa.

Segundo Maranhão, a EBSERH foi apresentada como a solução para os problemas da saúde, mas é mentira, pois o atendimento é sucateado, e a relação interpessoal dentro dos Hospitais Universitários é muito ruim. “A nossa resolução é extinguir a EBSERH, essa é a nossa política”.

Uma alternativa sugerida por Maranhão é que os movimentos sociais, os técnico-administrativos e os docentes, precisam unir força ao conservadorismo. “O MEC abre a possibilidade para que a gente discuta nas salas de aula, entre outras cosias, a questão da raça, etnia, lei Maria da penha, isso como um processo de formação do cidadão e cidadã. Mas a reação da direita é a escola sem partido para que não se discuta nada e transforme o professor em robô.

A luta pela educação é todo dia, e em todos os lugares, sendo assim a luta da categoria dos TAEs não é só pela campanha salarial, é pela permanência das universidades, é pela valorização dos trabalhadores e trabalhadoras.

Na continuidade dos trabalhos, o próximo a se manifestar foi o Coordenador de administração e Finanças da Fasubra, Rolando Malvásio. O primeiro tema a ser abordado foi Democracia, e para aprofundar sobre esse tema ele relembrou os tempos da Ditadura Militar em que a liberdade de expressão era proibida. “Duas pessoas reunidas era motim”, desabafa o Coordenador Malvásio. Em sua fala ele também destacou a importância de que a democracia caminhe de mãos dadas com os direitos sociais, uma vez que “não existe vida sem democracia, só existe a barbárie”.

Malvásio ainda destacou que é importante que os trabalhadores e trabalhadoras cheguem rediscutam as pautas que são importantes para a categoria, como campanha salarial e a EBSERH.

Após a fala do Coordenadora Rolando Malvásio, da Fasubra, houve um pedido de ordem por parte de um grupo de mulheres, presente na plenária, solicitando que a mesa fosse reordenada segundo a paridade de gênero. A igualdade que é tão primada entre as discussões da Fasubra, não estava presente nesta mesa, pois ela tinha sido ocupada apenas por homens. Ao ser acatada a solicitação, cinco mulheres ocuparam a mesa e o debate teve continuidade.

O professor e educador popular da Rede Emancipa, Maurício Costa, elogiou o movimento da mesa e explicou que apesar de também considerar trocar de lugar com outra companheira, como foi convidado para estar ali, ambos concordaram que o lugar de fala dele não deveria ser alterado. “Acho fundamental esse movimento que foi feito aqui. De fato, estamos juntos na luta por uma educação pública, gratuita e de qualidade e isso quer dizer uma educação democrática e que a discriminação de gênero não prevaleça”, afirmou o educador ao início da fala.

Dando seguimento ao debate, Maurício elogiou o movimento de luta que as trabalhadoras e os trabalhadores técnico-administrativos em educação vêm realizando diante de todos os ataques e ofensivas da direita sobre a educação e as universidades. “Vocês, militantes da educação, quando lutam também estão educando”, reforçou o educador. Ao longo da sua fala, Maurício relembrou o histórico de greves que a categoria dos TAEs, em conjunto com outras entidades, vem realizado em defesa a educação e destaca que para fortalecer a luta que já vem sendo feita dentro das universidades com quem está hoje fora delas.

Ainda sobre o tema da educação, a enfermeira Janine, da Universidade do Espírito Santo, destacou que a conjuntura atual não permite nenhum vacilo, nesse momento, uma vez que o método que hoje é utilizado é de “matar, prender e realizar chacinas”, destaca. Para ela, a extrema direita vem atacando a educação de todas as formas e apenas um movimento organizado e unido pode levar a vitória. “Hoje também tem um modelo que estão usando na educação para fazer o modelo pedagógico que chama ‘competências sócio emocionais’, ou seja, o estudante vai aprender conforme a competência dele. Não há um plano que leve o estudante a melhorar”, conta a enfermeira.

Janine lembrou ainda que no caso da saúde, a ideia do Governo é criar um projeto que até 2038, 50% da população já esteja pagando para utilizar serviços básicos, como o SUS. Segundo ela, “Tudo que depende de nós só vai ter jeito se a gente fizer o Fora Temer. Tudo isso só vai ter jeito se conseguirmos construir a nossa unidade. Tudo isso só vai ter jeito se sairmos daqui para unificar com os trabalhadores de todo o país”, desabafa.

Após Janine, o representante do CTB e integrante do Sindicato dos Trabalhadores (as) da Unicamp, João Paulo fez sua fala. Abriu lembrando que a situação das universidades hoje é muito diferente do que na década de 1990. Houve um crescimento significativo no que tange à educação e para ele, hoje estamos diante de um novo paradigma, mas que o Governo retribui isso com a PEC55/2016 que congela os investimentos a educação por 20 anos.

O representante sindical também instou atenção aos discursos como #FORAEBSRH, uma vez que está é também composta por integrantes da classe e que hoje tem menos direitos que as trabalhadoras e trabalhadores do Serviço Público. “Um slogan hoje como esse, significa demita mais 15 e contribua para os 14 milhões de desempregados do país e isso eu acho que ninguém nessa sala quer. Precisamos pensar melhor no nosso debate”.

Além disso, João Paulo, discorreu sobre a importância de que as propostas de cada tese sejam mais que palavras escritas e ditas, que precisam chegar às ações cotidianas. Finalizou sua fala ressaltando que é necessário que todos e todas trabalhadoras que querem alcançar a unidade precisam respeitar o próximo, pois para ele, só assim é possível o avanço.

Após essas falas foi aberto para que os participantes da plenária se inscrevessem para manifestações para que então fosse retomada a mesa de “Universidade, Direitos Sociais, Democracia e Hospitais Universitários”. Ao longo da tarde os delegados e delegadas estiveram reunidos em Grupos de Trabalhos para discutir pautas como carreira, opressões, mulheres e direitos.

Prestação de Contas

Durante a noite desta terça-feira, 08, aconteceu a Prestação de Contas da entidade. As contas e parecer fiscal da Fasubra foram aprovadas pela ampla maioria dos (as) participantes da plenária. A mesa responsável pelos trabalhos informou que os documentos referentes aos dados apresentados ao longo desta noite estão à disposição no site da Federação, através do www.fasubra.org.br

Texto com informações da Assessoria de Comunicação da Assufpel.

 

Opressões é tema do 4º dia do Congresso

Durante a manhã desta quarta-feira, 09, do XXXIII Confasubra, Congresso da Fasubra, o debate aconteceu em torno da temática da Opressão. Na oportunidade foi evidenciada a luta das mulheres, do movimento LGBT e das mulheres e homens negros brasileiros.

Antes da mesa iniciar, aposentados e aposentadas presentes no evento fizeram uma intervenção com palavras de ordem para lembrar aos presentes também a luta destes que há muito lutaram e lutam pela história da Federação e os direitos das e dos aposentados.

Beatriz Luz da Silva, advogada criminalista e feminista começou agradecendo o convite por compor uma mesa tão importante como a de Opressões. Ao longo de sua fala, a advogada trouxe aspectos da justiça brasileira como a seletividade penal, que quem paga a conta são os negros e negras, e pobres.

Beatriz lembrou ainda dos projetos de lei inconstitucionais que estão em tramitação no Governo, como a Lei do Abate que permite à Polícia atirar no ‘bandido’ se ele estiver portando arma de fogo de um determinado calibre. Para a advogada os motivos que fazem com que esses discursos sejam tão facilmente aceitos pela sociedade é o crescimento da onda fascista no país e o Direito Penal do espetáculo que “sobre o pretexto da corrupção, instala a ditatura do judiciário que dá legalidade a todo e qualquer ato de violência”, desabafa.

Logo após, o militante socialista e fundador do movimento Hip Hop Quilombo, no Maranhão, Hertz, explicou que a burguesia hoje se utiliza das opressões para polarizar os grupos sociais. Relembrando os 130 anos da “abolição da escravidão”, que completa no dia 13 de maio, o militante trouxe um contexto histórico da situação dos negros e negras que foram trazidos ao Brasil e lembrou que o Brasil foi o país que mais importou negras e negros escravizados e que até hoje não há reparação que deixe em pé de igualdade essa população.

“Nós não tivemos reparação alguma. Reparação foi cadeia, reparação foi desemprego. Reparação foi jogar nosso povo nos manicômios. Tinha uma política de exterminar os negros e negras desse país”, afirma Hertz.

Yone Gonzaga, técnico-administrativa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) saudou os presentes e as falas anteriores. Destacou que enquanto mulher negra, se sentiu representada pela contextualização macro que o companheiro Hertz trouxe sobre a população negra. A TAE destaca que hoje só consegue enxergar a mudança acontecendo se esta partir do lugar em que estamos, dentro das universidades, na família, no ambiente de trabalho.

Ao longo de sua fala, Yone questiona até que ponto nós contribuímos para que as opressões acontecem e reforça a importância da interseccionalidade dos discursos das minorias. Durante a mesa, a TAE discorreu sobre uma pesquisa que fez recentemente com a categoria e que evidencia o assédio nas próprias relações entre a categoria e entre os demais setores da universidade.

“Como refletir sobre isso num Congresso quando acontece dentro das Universidades? Quando essas opressões estão nos coisificando e invisibilizando nossas relações? ”, questiona a TAE. Segundo Yone, estas questões interpassam por questões como raça, gênero e classe e a mídia hegemônica contribui para essas opressões, no momento em que determina quais vidas merecem ser vividas e quais não.

Finalizando a fala, a TAE ressalta a importância da Fasubra retomar as discussões dos congressos anteriores, pois o discurso sobre a questão racial ainda é muito tímido e deve iniciar na questão do racismo institucional, e na, cada vez menor, participação da população negra no ensino superior e em concursos públicos, por conta de todos os ataques do Governo.

A técnico-administrativa em educação fundadora do Núcleo de Consciência Negra da USP, Jupiara Castro, que também estava na mesa, iniciou falando que dentro do próprio movimento sindical existe a opressão e por isso, no 4º dia do XXIII Confasubra antes de discutir projetos sociais para o país é importante o debate da reeducação de cada um e cada uma. “Nós construímos o país e é preciso o reconhecimento disso”, afirma Jupiara.

Segundo ela, o racismo ainda está muito presente no funcionalismo público e isso intensifica quando o governo está nas mãos de uma minoria fascista e opressora. A TAE lembrou da militante negra Marielle Franco, assassinada em março deste ano; mais uma mulher negra e pobre que militava pelo direito da população negra e que sua execução foi um recado a todos e todas negras do país.

Jupiara conclui sua fala ressaltando a importância de fazer uma avaliação de tudo que vem acontecendo no país e encontrar medidas de combater essas opressões no cotidiano.

“Nós estamos chamando aqui uma unidade para combater um projeto que está aí. Nós estamos dizendo que temos que ter resistência para combatermos o que está posto e nos apegamos ao pior: se a tinta é mais vermelha ou mais rosada. Eu digo que nós devemos construir passo-a-passo a derrotada deste projeto que está instalado”, afirma Jupiara.

A TAE da Universidade Federal da Bahia, Lucimara da Silva, reforça que “somos muitos” e que devemos tomar cuidado porque dentre as formas de morte está a invisibilidade destes muitos. Segundo ela, é muito importante a unidade, desde que esta não apague as diferenças e as especificidades de cada grupo social. “Entre nós reproduzimos ainda comportamentos opressivos”, afirma.

Lucimara reforça que nós precisamos compreender nossos privilégios e reconhecer a diversidade porque não se está falando de massas homogêneas e por isso, é preciso considerar que cada um e cada uma tem uma raça, classe e gênero. Diante de todas as ofensivas do Governo, a TAE destaca que, para ela, a prisão do ex-presidente Lula significa também uma seletividade penal e que essa situação nada mais é, do que a forma que as elites encontram para abater toda e qualquer ameaça à sua hegemonia.

Ao final da mesa, a historiadora e técnico-administrativa em educação da Universidade Federal de Goiás, Mariana Barbosa, desceu do palco para falar em pé de igualdade com os presentes. Durante sua fala ela desabafou o incômodo que sentia em estar discutindo opressões em um dia que as atividades da tarde são livres no Congresso e por isso, para um plenário esvaziado.

“Infelizmente eu vou ter que fazer uma crítica, nós sabemos que a Fasubra tem avançado bastante, mas colocar, a mesa de opressões no único dia livre do Congresso é para acontecer isso que está acontecendo agora. O plenário já está esvaziado e as nossas pautas mais uma vez, estão sendo invisibilizadas”, afirma a TAE e reforça ainda que é muito importante a autocrítica.

Ao longo de sua fala, Mariana evidencia a importância de reconhecer que cada grupo social tem uma especificidade e que por isso é perigoso aglutinar todos num mesmo espaço, ainda mais considerando a importância dos espaços de acolhimento para essas minorias. Para a historiadora, a linguagem inclusiva é um primeiro passo para reconhecer a diversidade dos grupos e despertar a sensibilidade humana.

Ao concluir sua fala, Mariana ressalta que opressões não são apenas gênero, orientação sexual e raça; é fundamental incluir no debate e olhar para as questões de violências quanto ao capacitismo e geracional – fazendo referência a intervenção dos aposentados e aposentadas na abertura da mesa.

 

5º dia do Confusabra foi marcado pela Plenária Final

Se encaminhando para o 5º dia do XXIII Congresso da Fasubra, a manhã foi de reunião das mesas temáticas: Organização e Estrutura Sindical; Relações de Trabalho; 100 anos da Revolução Russa/Greve Geral de 1917 no Brasil/100 anos de Reforma Universitária Córdoba; Assuntos de Aposentadoria e Aposentados (as); Comunicação Contra Hegemônica; Estaduais; Raça e Etnia; Mulheres; LGBTI e Hospitais Universitários (HUs).

Após a reunião das mesas temática, os delegados e delegadas fizeram uma pausa para o almoço para revigorar as energias já que o resto do dia seria de Plenária Final, sem hora para encerrar.

Ao iniciar a Plenária Final, a mesa diretora, composta pela coordenadora Geral da Fasubra, Léia Oliveira e pelo também coordenador Geral, Rogério Marzolla. Definiu que entraria em regime de votação 4 propostas principais e posteriormente seria realizada a leitura, em blocos, das proposições temáticas individuais de cada grupo de trabalho.

As 4 propostas principais que entraram em regime de votação no início da plenária foram: A) Criação da pasta LGBTI; B) Ampliação do mandato da Gestão para 3 anos; C) Eleição do Conselho Fiscal no Congresso; e D) Redução da Direção para 15 membros, sendo 1 coordenador (a) para cada pasta. Destas, foram aprovadas as três primeiras proposições e retirada a última, da redução do número de integrantes da Coordenação.

Ao longo da noite e avançando pela madrugada desta sexta-feira, 11, a Plenária definiu o Plano de Lutas da categoria. Ainda na madrugada, aconteceu a inscrição das chapas, são elas: Chapa 1 – Fasubra Combativa, Livre e pela base; Chapa 2 – CTB por uma Fasubra classista e de Luta; Chapa 3 – Sonhar Lutar; Chapa 4 – Ressignificar a Fasubra pela Base; e Chapa 5 – Unir: Unidade, Resistência e Luta.

Às 9h30 desta sexta-feira, iniciou as votações que devem se alongar até às 14h30. Até o encerramento desta edição, ainda não havia sido definida a chapa eleita para a gestão 2018-2021 e do Conselho Fiscal. Tão logo seja definida será postada no facebook da Assufsm.

 

23º Confasubra: saiba como foi o último dia do Confusabra

Entre os dias 6 e 11 de maio, aconteceu o 23º Confasubra, Congresso da Fasubra que retirou a nova gestão e definiu o plano de lutas da Federação. O último dia, 11, foi marcado pela eleição e escrutínio da nova coordenação, já a posse, que estava prevista para acontecer também foi adiada para início de junho.

Confira abaixo o resultado da votação:

Chapa 1 – Fasubra Combativa Livre e pela Base

160 votos (14,55%) – 4 coordenações

Chapa 2 – CTB por uma Fasubra Classista e de Luta

157 votos (13,62%) – 4 coordenações

Chapa 3 – Sonhar Lutar

369 votos (33,33%) – 9 coordenações

Chapa 4 – Ressignificar a Fasubra pela Base

85 votos (7,12%) – 2 coordenações

Chapa 5 – Unir: Unidade, Resistência e Luta

334 votos (31,37%) – 8 coordenações

Acesse aqui a nominata completa.

16 de maio de 2018