A direção da Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia (FAEPU) em conjunto com a representação da Administração Superior da UFU, se reuniu no início desse ano com o G7 de Uberlândia, para tratar da grave crise que caracteriza o Hospital Universitário da UFU que produz ensino, pesquisa, extensão e assistência hospitalar GRATUITA a população de nossa região.

O G7 é composto pela Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub), pela Câmara dos Dirigentes Lojistas de Uberlândia (CDL), pelo Conselho dos Veneráveis do Triângulo, pela Fiemg Regional Vale do Paranaíba, pela 13ª Subseção Uberlândia da OAB, pelo Sindicato Rural de Uberlândia e pela Sociedade Médica de Uberlândia. Certo de que esse G7 (excetuando a Sociedade Médica) não se configura como um grupo especializado para tratar dos problemas da saúde pública, gratuita e estatal, nos estranha o fato da Direção da FAEPU e da Administração Superior da UFU se reunir com um grupo constituído por representantes das elites locais, de setores PRIVADOS de nossa região, por representantes que possuem relações com setores sociais anteriormente LUCRAVAM com a saúde pública.

Como esses setores que só visam o LUCRO podem contribuir para a manutenção da Saúde Pública, Gratuita e Estatal que existe no Hospital Universitário da UFU? Nós do SINTET-UFU acreditamos que NÃO podem contribuir em NADA. O que esses setores objetivam é o retorno dos lucros via FAEPU e via Hospital Universitário da UFU, já que mediante a criação da Fundação Saúde do Munício de Uberlândia (FUNDASUS), por parte daqueles que tiveram uma drástica redução de seus lucros que há anos obtinham aqui em nossa cidade, quando “administravam” as Unidades de Atendimento Integrado (UAIs).

Algumas propostas de alterações do Estatuto da FAEPU, sugeridas pela Administração Superior, provocarão uma drástica alteração administrativa e de gestão na Fundação e consequentemente no Hospital Universitário da UFU. Nos parece que atual gestão da Reitoria quer entrar para a história da UFU, que de forma refinada retirará o Hospital da UFU da condição de ser 100% vinculado ao Sistema Único de Saúde (SUS), que de forma sui generes praticará o maior desmonte da condição pública e estatal de nosso Hospital. Se essa proposta de alteração do estatuto for aprovada, nós da Coordenação Colegiada do SINTET-UFU não temos dúvida de que as condições de trabalho vão piorar, que as condições de ensino (um dos propósitos de um Hospital Escola) vão deteriorar quebrando o tripé Ensino-Pesquisa-Extensão, e que a Assistência Hospitalar que o nosso Hospital desempenha para a população carente de toda a região não será mais 100% gratuita!

Vivemos uma conjuntura nacional caracterizada pelo avanço do conservadorismo e pela concretização de um golpe institucional em curso coordenado por amplos setores do Congresso Nacional, por setores do Judiciário e do empresariado aliados à grande mídia contra a presidente Dilma; e aqui na UFU o conservadorismo e o Golpe se expressam bem nessa danosa e PRIVATISTA tentativa de alterar o Estatuto da FAEPU, para assim conseguirem desvincular o nosso Hospital Universitário da estrutura administrativa da Universidade Federal de Uberlândia, para no futuro atenderem interesses que atentam contra os princípios públicos e contra uma Saúde pública, gratuita e estatal!

Desde o início o SINTET-UFU se posicionou contrário a essa alteração estatutária e solicitou à Administração Superior a óbvia ação de submeter ao Conselho Universitário essas propostas de alterações do Estatuto da FAEPU. Curiosamente a Administração Superior da UFU não se dispôs a realizar esse debate de forma transparente e democrática com a Comunidade Acadêmica, e muito menos se dispôs a realizar esse debate dentro do Conselho Universitário.

Tragicamente, o Ministério Público Estadual, curador das contas da FAEPU, um agente externo à Universidade Federal de Uberlândia, notificou o Magnífico Reitor de nossa Universidade no dia 26 de abril de 2016, para que consultasse previamente em um prazo de 10 dias o Conselho Superior Universitário, TRATANDO COM TRANSPARÊNCIA os assuntos públicos que envolvam a FAEPU e a nova proposta estatutária, e notificou o Cartório de registro de pessoas jurídicas solicitando que aguarde aprovação final do Ministério Público na proposta de Estatuto da FAEPU.

Nesse sentido, o SINTET-UFU lamenta a postura intransigente da Administração Superior da UFU por não ter realizado o devido debate com a comunidade acadêmica, e aguarda que esse debate seja realizado amplamente com a comunidade acadêmica e com o Conselho Superior Universitário. Conclamamos todos e todas que atuam na defesa da educação pública a se somarem junto ao SINTET-UFU nessa importante luta em defesa do HC-UFU 100% público, estatal e vinculado integralmente à Universidade Federal de Uberlândia.

Confira abaixo o despacho decisório do Ministério Público de Minas Gerais condicionando que o Conselho Universitário seja ouvido para alteração no estatuto da FAEPU:

Coordenação Colegiada do SINTET-UFU

17 de maio de 2016