Imagem: www.revistadeouro.com
O dia 19 de abril é marcado no Brasil como dia do(a) índio(a), mas uma data que deveria ser comemorativa tem chamado mais atenção para as dificuldades enfrentadas pelos povos indígenas. No Brasil, existem mais de 250 etnias diferentes que totalizam cerca de um milhão de indígenas e que ocupam menos de 14% do território brasileiro.
Essas etnias precisam conviver com as ameaças de violência e riscos de perda de seus direitos conquistados, tudo isso devido às pressões de latifundiários, mineradoras e usinas. Além disso, os baixos recursos enviados pela Fundação Nacional do Índio (Funai) dificultam ainda mais a vida das comunidades indígenas, que precisam cada vez mais procurar alternativas para subsistir.
Além disso, as estudantes e os estudantes indígenas formam o grupo com o menor percentual de atendimento nas principais políticas públicas de acesso ao ensino superior. De acordo com o Censo da Educação Superior, 63% das índias e índios matriculados em 2016 não conseguiram vaga na rede pública, não foram selecionados para contratos do Fundo de Investimento Estudantil (Fies) e nem para obter bolsas do Programa Universidade para Todos (Prouni) para custear faculdades particulares.
Apenas 25% dos indígenas matriculados no ensino superior estudam em universidades públicas. Os outros 75% estão nas universidades privadas, em cursos presenciais e a distância. Se levarmos em consideração apenas as índias e índios que não possuem nenhum tipo de benefício para custear a faculdade particular, 71% arcam integralmente com a mensalidade das instituições.
O debate sobre as políticas públicas para os povos indígenas precisa ser maior. É preciso garantir terras e a subsistência das comunidades indígenas, bem como a ampliação de políticas educacionais que permitam o acesso delas ao ensino superior brasileiro. O SINTET-UFU sempre em contato com os movimentos sociais, tem buscado o diálogo para a ampliação de tais políticas.
19 de abril de 2018
