A cara do SINTET-UFU: Valdemiro Paulino de Lima

 

Sou Valdemiro Paulino de Lima, tenho 72 anos. Comecei a trabalhar na Universidade Federal de Uberlândia (UFU) em 06 de novembro de 1981.

Minha história na UFU vem de longe… trabalhei como Segurança Patrimonial até 2000, depois fui transferido para trabalhar como técnico de Geotecnia, em disfunção, no Laboratório de Solos da Faculdade de Engenharia Civil. Depois de dois anos no laboratório, fui nomeado para assumir a gerência da Divisão de Transporte (DITRA) da UFU. Em 2003, fui eleito Coordenador Geral do SINTET-UFU, na gestão de 2003 a 2004. Por isso, renunciei o cargo de gerencia de transporte UFU. Assim que terminei o mandato da Gestão Colegiada do SINTET-UFU, voltei à disfunção como técnico de laboratórios das Faculdade de Engenharia Civil e Instituto de Geografia para auxiliar nas pesquisas de alunos bolsistas, de mestrandos e de doutorandos das duas unidades, respectivamente, como técnico de Geotecnia e Hidrografia. Já em 2014, voltei a vestir a camisa da segurança patrimonial, como vigilante, por ter direito à periculosidade e, para isso, tinha de voltar à função original.

Minha formação profissional é como Geografo, com Licenciatura e Bacharelado, com Especialização em Recursos Hídricos e curso técnico em Geotecnia pelo Instituto de Pesquisa Tecnológico (IPT-USP). Sou filiado ao Sindicato desde sua origem, ou melhor, desde a Comissão em Defesa dos Servidores, que antecedeu a existência do sindicato, e à qual fui diretor por dois mandatos.

Tem dois momentos muito marcantes no sindicalismo que me marcaram e que gostaria de compartilhar. O primeiro, na sua origem, quando ainda existiam o resquício da Ditadura Militar. O nosso grupo não podia se reunir nos espaços dentro da UFU, então isso era feito nos espaços das igrejas, praças ou casas de alguns companheiros ou companheiras, sempre fora dos horários de trabalhos. Tínhamos muitas dificuldades de comunicação. Tudo acontecia no “bla, bla, oba, oba, olho a olho e boca a boca”, também fazíamos alguns bilhetes escritos à mão e rodados em mimeógrafo. O que nos mantinha motivados para a lutar era a recepção dos companheiros e companheiras, que nos recebiam em seus locais de trabalhos para pequenos informes. Isso nos deixava felizes e realizados para continuar em luta para o bem de todos e todas.

O segundo, ocorrido no período de 2016 ao final de 2022, em que tudo que construímos e conquistamos em termos políticos, com muita luta e suor, foi destruído no apagar das luzes, onde os governos empossados não tinham compromisso com os trabalhadores do serviço público. O Governo desarticulou os movimentos sociais e sindicais, o que ampliou a desmobilização das lideranças e suas bases. Em muitos casos, retirou o poder de arrecadação dessas entidades, quebrando as forças das entidades que dependiam destas fontes para trabalharem. Portanto, com isso, perdemos vários direitos e conquistas. Exemplificando tudo isso: ficamos sete anos sem reajuste salarial, sem o poder de greve, sem conseguir mobilizar – ponto fundamental para fortalecer e poder de lutar.

Hoje temos a nosso favor os meios de comunicações, por meio das redes sociais, onde podemos nos reunirmos a quaisquer momentos, mas ainda não descobrimos como. Precisamos entender rapidamente essas condições de como utilizá-los em benefício dos movimentos sindicais e para o bem da luta, para assim termos mais sucesso. Por isto, temos de nos reinventar todos os dias, não podemos parar, porque sempre haverá alguma coisa a mais a ser superada. Portanto, vamos em frente, na luta, na organização e na certeza que juntos venceremos.

 

Valdemiro Paulino de Lima

14 de abril de 2023