Amplo debate democrático para os rumos pedagógicos do Vestibular da UFU não faz mal a ninguém!

DEMOCRACIA

Na sexta-feira (17/02/2017) na reunião do Conselho de Graduação da Universidade Federal de Uberlândia, no item comunicações as trabalhadoras e os trabalhadores técnicos administrativos em educação, e as coordenações dos cursos de Filosofia e Pedagogia, expressaram o óbvio descontentamento com a notificação veiculada pelos meios de comunicação interno e externo a UFU, sobre as alterações no formato do vestibular que ocorrerá no meio desse ano.

Em tempos de contrarreforma do Ensino Médio no Brasil aprovado pelo governo e congresso nacional golpistas, duas alterações na estrutura do vestibular se destacam: A alteração do calendário de provas do processo, concentrando a 1ª e a 2ª fase em um único final de semana, e a exclusão da disciplina de Filosofia do conteúdo exigido pelo Edital durante a segunda fase desse processo seletivo para os cursos cujo os quais a Filosofia não é uma disciplina obrigatória.

A coordenação colegiada do SINTET-UFU se soma a indignação expressa por nossa representação no Conselho de Graduação, a respeito da ausência de qualquer debate público com a comunidade acadêmica, com as conselheiras e conselheiros, a respeito desse assunto. Lamentamos profundamente, a Universidade Federal de Uberlândia se somar a ideologia daqueles e daquelas que, em tempos do famigerado projeto Escola “Sem” Partido (que na verdade é uma escola de partido único da ideologia dominante), clamam por uma sociedade menos crítica e cidadã e consideram como dispensáveis ou menos importantes disciplinas como sociologia e filosofia.

Questionamos ainda o motivo pelo qual essa questão que provoca impactos diretos na vida de milhares de pessoas, não foi objeto de debate e deliberação do Conselho de Graduação da UFU? Um Conselho de Graduação tem menos capacidade reflexiva e criativa para pensar opções, rumos e diretrizes para o processo seletivo da UFU? Meia dúzia de cabeças Iluminatis concentradas em um setor administrativo e acadêmico tem melhores condições de pensar e deliberar os rumos do processo seletivo da UFU, em detrimento de todo um conselho que conta com a composição (não paritária, é verdade!) dos 3 segmentos da UFU? É razoável privar um Conselho de Graduação de debater e deliberar sobre esse assunto?

Destacamos por fim, que esse modus operandi de construir o processo seletivo a ser realizado no meio desse ano, vai na contra mão do que estabelece o inciso V do Artigo 16 do Estatuto da Universidade Federal de Uberlândia, que é uma normativa superior a qualquer resolução ou portaria existente; ou seja, lamentavelmente essa decisão administrativa desrespeita o que estabelece o Estatuto de nossa Universidade. Nos estranha a pouca disposição da Administração Superior durante a reunião do Conselho de Graduação a prestar os esclarecimentos solicitados pelos Técnicos Administrativos em Educação a respeito dessa incômoda situação. As trabalhadoras e os trabalhadores Técnicos Administrativos em Educação reivindicam à Administração Superior a realização de uma reunião extraordinária do Conselho de Graduação para tratar desse tema, para definir a estrutura desse processo seletivo, a data da realização do Vestibular, a permanência ou exclusão da disciplina de Filosofia do conteúdo obrigatório do vestibular, bem como outros assuntos pertinentes a esse tema.

Coordenação Colegiada do SINTET-UFU

21 de fevereiro de 2017