Atividade de Paralisação denuncia autoritarismo e atropelo da Administração Superior da UFU com o Conselho Diretor e SINTET-UFU

Na manhã dessa segunda-feira (19/02/2018) em atividade da Paralisação do SINTET-UFU, as trabalhadoras e os trabalhadores técnico-administrativos em educação da UFU em Assembleia Ato realizada no Saguão da Reitoria, debateram os ataques aos direitos promovidos contra a categoria. A Assembleia Ato contou com inúmeras pessoas que abordaram o desrespeito por parte da Administração Superior com o Conselho Diretor, com o SINTET-UFU e com as trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação.

Dois temas da pauta local de reivindicações caracterizaram o debate na Assembleia Ato: Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH) e Ponto Eletrônico. Foi expressado o desconforto com os discursos “oficiais” que circulam dentro do HC-UFU de que já está definido e dado como certo a adesão da UFU à EBSERH. É lamentável se deparar com essa situação após diversas afirmações por parte da Administração Superior de que a adesão à essa empresa ocorrerá após debate e deliberação do Conselho Universitário (CONSUN). Se é verdade que esse tema será debatido e deliberado pelo CONSUN, por que então circula a notícia por parte das chefias dos setores do HC-UFU que essa questão já está definida?

A Assembleia Ato apontou também a postura antidemocrática da Reitoria em solicitar ao Ministério do Planejamento, sem nenhuma consulta ou debate com o SINTET-UFU e com o Conselho Diretor, um sistema de ponto eletrônico “para fazer um teste piloto por três meses”. Foi questionado o motivo pelo qual a Administração Superior da UFU tomou essas providências atropelando as instâncias estatutárias da universidade e desrespeitando o SINTET-UFU. Diante do debate posto, ficou compreendido que dentro da administração universitária, o Pró-Reitor de Gestão de Pessoas (PROGEP) atuou de forma dúbia em busca de garantir a implementação do ponto eletrônico na UFU. Por algum motivo, o Pró-Reitor recorre a uma perspectiva ultrapassada no que se refere à gestão de pessoas, e deseja muito a instalação do ponto eletrônico apenas para as trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação. Ao final da Assembleia Ato, após o coro de “FORA MÁRCIO!”, a assembleia se dirigiu até o gabinete da Reitoria para pedir explicações à Administração Superior a respeito do autoritarismo praticado nesses últimos tempos.

Ao chegar ao gabinete da Reitoria, o movimento foi recebido pelo Vice-Reitor Orlando César Mantese, que apresentou a proposta de formação de uma comissão representativa da Assembleia Ato para se reunir com a administração. As trabalhadoras e trabalhadores escolhidos se reuniram com o reitor Valder Steffen Júnior, o vice-reitor Orlando César Mantese, o chefe de gabinete Clésio Lourenço Xavier, e o Pró-Reitor de Gestão de Pessoas Márcio Magno Costa.

Ao iniciar a reunião, a comissão que representativa repassou todo o debate realizado, expressando insatisfação com  a postura antidemocrática da administração da UFU e cobrando explicações.

Na opinião do Chefe de Gabinete, Clésio Lourenço Xavier, em nenhum momento a Administração Superior se negou ao debate e a discussão da medida, e reforçou que ainda há tempo para cumprir determinação judicial que pede a instalação do ponto eletrônico e que a Reitoria não descumprirá a decisão judicial. Assim, segundo Xavier, o plano piloto de instalação do controle eletrônico de frequência foi uma saída encontrada para cumprir a ação judicial, que vence amanhã, 20.

Já o Pró-Reitor de Gestão de Pessoas, Márcio Magno Costa, afirmou que a decisão do Ministério Público para que a universidade instalasse o controle eletrônico pegou a administração de surpresa no início de 2017, pois não sabia da existência de tal ação. O Magnífico Reitor expressou que em sua opinião individual o ponto eletrônico é um método ineficaz para pensar a gestão do trabalho na UFU, mas que se sente pressionado pelo processo judicial. Sobre a EBSERH, Valder Steffen Júnior afirmou que o discurso que circula dentro do Hospital Universitário, de que “o tema já está definido e que é certo que a EBSERH fará a gestão do HC-UFU” não procede, reiterando que ainda será realizado uma Audiência Pública sobre o tema, e que o mesmo será debatido e deliberado pelo CONSUN.

Após a fala do Magnífico Reitor, a Comissão ponderou que:

1)    Em nenhum momento Assembleia Ato ou o SINTET-UFU afirmaram que não foi realizado debate sobre o tema, ou que a Administração Superior negou o debate e a discussão sobre o ponto eletrônico, sendo improcedente a afirmação do Chefe de Gabinete.

2)    Reiterou que a postura antidemocrática por parte da Administração Superior da UFU, se deve ao fato de não ter consultado e debatido com o Conselho Diretor (CONDIR), a Comissão Institucional constituída para esse fim e com o SINTET-UFU, a desastrosa hipótese de solicitar ao Ministério do Planejamento o sistema de ponto eletrônico. Foi uma postura antidemocrática desrespeitando o Estatuto e Regimento da Universidade Federal de Uberlândia que delega ao CONDIR a função de deliberar sobre esse tema.

3)    Que não concorda com a desculpa política por parte da Administração Superior de que a única alternativa nesse momento é o atendimento dessa inócua decisão judicial em primeira instância. Além de essa decisão judicial ser viciada, a UFU em diversos momentos já não cumpriu decisões judiciais com antecipação de tutela; e que se a Administração Superior desejar é possível conduzir esse processo junto ao Ministério Público de forma autônoma e independente, e não submissa se esforçando para implantar o ponto eletrônico na UFU o mais rápido possível, atropelando assim o Conselho Diretor e a Comissão constituída para debater esse tema.

Por fim, a Comissão solicitou ao Magnífico Reitor o agendamento de uma nova reunião para debater o que pode ser feito no âmbito administrativo diante da postura autoritária da Reitoria em relação ao ponto eletrônico, e solicitou que a UFU publique em seu site uma nota do SINTET-UFU a respeito da notícia veiculada pela Diretoria de Comunicação que informa que em três meses toda a UFU adotará o sistema de ponto eletrônico apenas para as trabalhadoras e trabalhadores técnico-administrativos em educação.

O magnífico reitor respondeu que o SINTET-UFU deve enviar a proposta de nota para a Administração Superior avaliar a possibilidade de publicação no site da instituição, e aceitou a proposta de realizar mais uma reunião para debater o tema. A reunião ficou agendada para o dia da próxima paralisação do SINTET-UFU, 28 de fevereiro (9 horas) no gabinete da Reitoria.

A nossa luta continua! Vamos manter a nossa mobilização!

Fora Márcio e pelo fim de práticas autoritárias para a gestão administrativa a UFU.

19 de fevereiro de 2018