Dívidas e redução de gastos na UFU preocupa TAE’s

Seminário – O ajuste fiscal feito pelo governo federal e os impactos na UFU

Foto web seminário

O seminário promovido pelo SINTET-UFU, realizado na tarde de 11 de junho, resultou em um debate sobre as influências do ajuste fiscal na Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Palestrante

O professor doutor José Francisco Ribeiro, diretor de Planejamento da UFU, trouxe informações e esclarecimentos de dúvidas a respeito de orçamento, gastos e situação do funcionamento das diversas áreas da universidade, como o Hospital de Clínicas.

Segundo Ribeiro, orçamento é quando o governo dá o aval para que a instituição possa contrair uma dívida. Limite orçamentário é quando o governo impõe gastos dentro do orçamento.

Cenário atual da UFU

De acordo com o diretor, neste ano, o governo aprovou 63% do orçamento. Na segunda-feira (08) foi disponibilizado 22 milhões de reais para a universidade, “o que tirou dificuldades que se tinha há 10 dias”, disse Ribeiro. No entanto, não disponibilizaram capital para investimentos. Parte do capital de investimento liberado no início do ano já foi todo investido. “Tem orçamento liberado, não dinheiro em caixa”, disse Ribeiro.

Os gastos são uma das preocupações nesse momento segundo Ribeiro, questionamentos e reavaliações estão sendo realizados na universidade. Para reduzir custos, foram necessários cortes nos contratos com terceirizados, buscando não provocar desempregos. Como exemplo, os cortes na RCA Produtos e Serviços se deram aproveitando os trabalhadores do contrato anterior que optaram por deixar o aviso prévio (dado pela empresa no fim da licitação passada) e decidiram permanecer na empresa, enquanto os demais (o “corte”) optaram por manter a rescisão.

Hospital

Para o diretor, é “muito mais grave – a situação da saúde – do que a questão da educação e temos que ter consciência disso”. No Hospital de Clínicas (HC) a “situação está gravíssima, estamos devendo muito”, afirmou. Os recursos que vieram para o HC neste ano foram do Sistema Único de Saúde (SUS), por meio do município. A Fundação de Apoio (FAEPU) está com uma dívida 48 milhões de reais.

Os problemas de acordo com o professor estão na indústria farmacêutica, no fundamento do SUS e na fundação. “O que está sendo sangrado é o SUS. E nós temos que lutar, pois o nosso maior desafio está na área da saúde”. Em outra fala, Ribeiro disse que a grande bandeira do governo é o superávit primário de 1,2% do PIB, para isso se diminui recursos afetam o funcionamento da universidade. Durante o debate, surgiu a proposta de se criar um seminário com o tema “Hospital de Clínicas”, abrangendo as discussões quanto à Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia (FAEPU), fornecedores e universidade.

Outros pontos em debate foram a respeito da Terceirização, a dívida da UFU com a companhia de energia elétrica CEMIG e outras prestadoras de serviço, plano de sustentabilidade, Emendas Parlamentares, cortes na Reforma Agrária, Agricultura Familiar, cortes no orçamento das universidades (como a UFMG), entre outros assuntos.

Texto e imagem: Kennedy Costa

Edição: Luciana Castro

15 de junho de 2015