Enfrentamento às práticas antidemocráticas na UFU mobiliza paralisação da categoria

Por Raissa Dantas

Jaciara Boldrini apresentou todos os detalhes do processo referente ao ponto eletrônico | Foto: Raissa Dantas

As atividades de trabalho de técnicas e técnicos administrativos em educação (TAEs) da UFU foram paralisadas na última sexta-feira, 13 de abril, conforme deliberação da assembleia que deu inicio a esse mês, ocorrida no dia 02. A pauta foi centrada na luta contra a implantação do ponto eletrônico e por democracia na UFU.

Pela manhã a mobilização foi realizada com panfletagem nos setores, diálogo com a categoria e chamamento para a atividade da tarde, uma roda de conversa sobre a situação do ponto eletrônico, que aconteceu no saguão da Reitoria. A presidenta da Comissão da Jornada de Trabalho, Jaciara Boldrini, fez um relato sobre a atualidade do processo sobre o registro eletrônico de frequência. Houve uma decisão judicial que indica que a UFU implemente o quanto antes o ponto, entretanto a fase de testes está ocorrendo e a luta das técnicas e técnicos contrários a essa decisão está em curso.

O coordenador geral do SINTET-UFU, Mário Guimarães Júnior, teceu considerações sobre os trâmites dos conselhos superiores que acompanham essa discussão, especialmente do Conselho Diretor (CONDIR), em que ele está como representante. Ele explicitou como o segmento de TAEs atua de forma intransigente na defesa da autonomia universitária, contra os desrespeitos estatutários e os atropelos que tantos representantes de conselhos vêm sofrendo com os golpes engendrados pela Administração Superior.

O SINTET-UFU distribuiu para todas e todos que participaram da roda de conversa um documento elaborado para que TAEs, diretamente nos setores de trabalho, possam dialogar com seus pares, preencher a carta aberta que expõe a contrariedade ao ponto eletrônico e à forma com que esse debate vem sendo conduzido pela Reitoria e, por fim, encaminhar às suas chefias imediatas, à Pró-reitoria de Gestão de Pessoas e ao Reitor. Para solicitar o modelo da carta e as orientações basta entrar em contato pelo e-mail assessoria@sintetufu.org

Um servidor que preferiu não se identificar nos contou sobre sua experiência como voluntário no projeto piloto do ponto eletrônico. Ele afirmou que o chamamento para trabalhadoras e trabalhadores que se disponibilizariam para testar o programa foi feito de maneira atropelada, sem honrar com os protocolos e burocracias que permeiam as relações e estruturas da universidade. Apesar disso ele optou por se voluntariar e o relato de experiência perpassa a dificuldade organizacional de adaptação à nova forma de registro. Ele nos falou sobre a quantidade de dias em que iniciava sua jornada regularmente, assinava a folha de ponto manualmente e após um tempo considerável desempenhado suas funções, percebia que não havia feito o registro eletrônico, o que geraria muitos prejuízos e problemas, caso fosse oficializado. Além disso, o trabalhador nos relatou como a luta empenhada pelo SINTET-UFU em defesa dos direitos dos TAE’s e pela democracia universitária, especialmente a respeito do debate sobre como a implantação do ponto eletrônico vem sendo autoritariamente conduzida na UFU, serviu de alerta para que ele vivenciasse criticamente aquela experiência e, então, optasse por abandonar o projeto piloto. Ele disse, ainda, que assim como ele, outros colegas que iniciaram como voluntários não seguiram com o registro eletrônico.

A nós cabe reafirmar que a luta contra o ponto eletrônico é necessária, especialmente para garantirmos plenas condições de trabalho na UFU e , mais do que isso, urge a luta em defesa da democracia e da autonomia universitária frente a tantas tentativas de imposições autoritárias.

16 de abril de 2018