Flexibilização de jornada de trabalho e ponto eletrônico são discutidos no CONSINTET

Por Guilherme Gonçalves

Dois dos temas que tem impactado diretamente a vida das técnicas e técnicos-administrativos em educação da UFU são a flexibilização da jornada de trabalho em 30 horas e a instalação do ponto eletrônico na universidade. E para discutir esses assuntos, a organização do XXV CONSINTET-UFU convidou o professor Helvécio Damis de Oliveira Cunha – Relator da Resolução 05/2016 do Conselho Diretor (CONDIR) e membro da Comissão que avaliou a instalação do Ponto Eletrônico na UFU – e Jaciara Boldrini França – Técnica-Administrativa do IQUFU e Presidenta da Comissão da Jornada de Trabalho da UFU) e Representação da Administração Superior da UFU. A mediação foi da Coordenadora de Assuntos de Aposentados do SINTET-UFU, Elizete Mendes Rosa.

A primeira fala foi do professor Helvécio Damis que apresentou questões referentes a pressão exercida pelo Ministério Público (MP) de Uberlândia para a instalação do ponto eletrônico na UFU. Segundo o docente, o MP tem feito muita pressão devido a denúncias. “Sobre o ponto eletrônico a questão é que o Ministério Público recebeu denúncias de que técnicas e técnicos-administrativos em educação não estariam cumprindo o horário de trabalho em alguns setores da universidade”, afirmou.

O advogado questionou ainda os argumentos utilizados pelo Ministério Público para querer que a universidade implante o ponto eletrônico em seus setores. “Um dos argumentos do MP é que a folha de ponto não é um mecanismo eficiente, mas o ponto eletrônico também não é, pois há diversas maneiras de burlá-lo. Sabemos de muitos casos de funcionário do Hospital de Clínicas que o burlam. Além disso, o ponto eletrônico nivela todo mundo como se não houvesse diferenças, como se não houvesse pessoas trabalhando nas fazendas, pessoas fazendo trabalho de campo, fora dos locais de trabalho”, completou.

Em seguida, a técnica-administrativa em educação e presidente da Comissão de Jornada de Trabalho (CJT), Jaciara Boldrini França apresentar as questões referentes à flexibilização da jornada de trabalho em 30 horas. Boldrini iniciou com pequena crítica a administração superior da UFU. “É de se lamentar a ausência da administração superior, pois vou apresentar algumas dúvidas de servidores, ocasionadas por falas da administração e era esperado que os responsáveis pudessem esclarecer tudo”, lamentou.

Falando sobre a resolução que instaurou a CJT, a servidora disse que o entendimento da comissão e até do próprio CONDIR é de que a flexibilização permite que o atendimento ao público seja ampliado. No entanto, não é esse o entendimento da Procuradoria Geral da universidade e do Ministério Público. “O decreto diz que os setores precisam trabalham por 12 horas contínuas. A resolução diz que os setores podem se adequar, como a biblioteca, por exemplo, pois alguns setores trabalham 10 ou 11 horas. Assim, a resolução permite que o setor aumentasse o horário de atendimento e a flexibilização fosse feita, porém, não é isso que eles veem”, disse Boldrini.

Após as apresentações, o público pôde dar sua opinião sobre os temas e fazer questionamentos. Alguns, em tom mais áspero, criticaram a submissão da administração superior perante a Procuradoria Geral da UFU e o Ministério Público e não assumindo, deixando que ambos passem por cima de resoluções do Conselho Diretor.

14 de dezembro de 2017