Mesa Debate 5: A luta por uma universidade livre de opressões

Por Osmam Martins

Após o almoço, a primeira mesa de discussão teve como tema ‘A luta por uma universidade livre de opressões’, com mesa composta pela coordenadora Maria José como mediadora e com a participação do historiador Daniel Henrique e da técnica Jussara Gabriel.

A TAE Jussara Gabriel abordou a temática da luta dos servidores públicos contra a opressão e listou casos de racismo que se tornaram publicamente conhecidos, como o racismo envolvendo a jornalista do Jornal Nacional, Maria Júlia Coutinho – a Maju, do jovem Diogo Cintra, que foi vítima tortura por ser confundido com um assaltante e também do caso ocorrido pela militante do movimento negro e estudante da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Dandara Tonantzin, que foi vítima de racismo em festa de formatura.

“Temos aqui um caso nosso, da Universidade Federal de Uberlândia, numa festa de formatura da engenharia elétrica, ela foi agredida, não somente seu corpo, mas a representatividade do seu turbante. O caso deu uma repercussão nacional, ela entrou com processo contra os agressores e o promotor entendeu que foi uma deselegância dos agressores e arquivou o processo”, contou Jussara durante sua intervenção.

Jussara Gabriel durante intervenção.

Jussara destacou ainda que as decisões tomadas nas universidades são construídas por seus servidores, portanto, é possível combater o racismo quando percebermos a existência dele. “(…) Podemos combater o racismo com decisões que levem em consideração o racismo socialmente construído e que possam promover uma sociedade mais justa e democrática. Racismo se combate com decisões e ações que promovem o respeito às diferenças.”. Encerrando sua participação, Jussara deixa uma pergunta “Quais as ações eu você podemos fazer para contribuir para a inclusão racial?”.

Daniel Henrique de Oliveira também foi um dos convidados a discutir o tema neste XXV CONSINTET-UFU. O historiador é professor da rede estadual de ensino e compõe o núcleo de estudos de gêneros da UFU.

Daniel fez um breve relato da história do movimento LGBT, destacando o ‘Dia do orgulho gay’ celebrado em 28 de junho, data celebrada e lembrada mundialmente, marcando um episódio ocorrido em Nova Iorque, em 1969. No ano, as pessoas que frequentavam o bar Stonewall Inn, até hoje um local de frequência de gays, lésbicas e trans, reagiram a uma série de abordagens policiais arbitrárias que eram realizadas ali com frequência.

O ativista chamou atenção para o aumento de campanhas publicitárias abordando a população LGBT. “65% dos casais homossexuais tem renda superior aos casais heterossexuais, então as empresas passam a investir no IncMoney que é no dinheiro da população LGBT e na criação pacotes turísticos e festas específicas para este público”.

O historiador finaliza convocando a todos os LGBTs ao enfretamento diante das forças conservadoras. “Devemos enfrentar essas forças conservadoras e tentar unir o máximo possível para tentar enfrentar e ter sensibilidade com os outros movimentos, com o movimento negro, feminista, ou com o movimento dos trabalhadores”, disse.

Os inscritos puderam fazer seus relatos com destaque para o assunto do encarceramento da população negra. Neste contexto, todas e todos devem estar sempre atentos e realizar a denúncia contra qualquer tipo de discriminação envolvendo gênero, raça e etnia, orientação sexual, religião e demais formas de opressão.

13 de dezembro de 2017