Está na pauta da sessão da Câmara dos Deputados, a privatização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) e a quebra do monopólio estatal da empresa nos serviços postais. O plano é privatizar 100% dos Correios, que são uma empresa superavitária. Em 2020, de acordo com o BNDES, a estatal teve um lucro líquido de 1,5 bilhão de reais. É mais um golpe que o atual governo prepara para o funcionalismo público.
Ainda em 2020, os Correios entraram em greve e organizaram por diversas razões: falta de equipamentos de proteção individual (EPIs), em plena pandemia, retirada unilateral de direitos, como redução da licença maternidade de 180 para 120 dias, corte no adicional noturno e de horas-extras e de indenização por morte, todos direitos garantidos por acordos coletivos anteriores. A empresa também não aceitou a proposta de reajuste anual de salários dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios. A média de salários na ECT é 1800 reais. A menor remuneração paga em 2018 era de 1647 reais e foi reduzida para 1363 reais em 2019.
A privatização pode encarecer serviços de entrega, afetando consumidores e pequenos empresários com o consequente aumento nos preços dos produtos. E prejudicaria ainda mais os usuários dos serviços, principalmente aqueles afastados de grandes centros urbanos. O Brasil é um país de proporções continentais e os Correios atendem a todo o território nacional, fazendo entregas em locais de difícil acesso, na zona rural e até onde só é possível chegar de barco. Empresas privadas que objetivam o lucro não atenderão esses locais e já não atendem a muitos deles, entregando aos Correios as encomendas para chegarem ao destino final. Os Correios também prestam serviços bancários e, em muitas cidades, são os únicos que entregam esse serviço. Lembremos que serviços bancários não são monopólio estatal e empresas simplesmente escolhem não se instalar em certas localidades.
Segundo pesquisa da CNT/MDA, 51% dos brasileiros são contra a privatização das estatais, pois entendem quem perde com a entrega delas para a iniciativa.
Pressione seus deputados eleitos, não podemos perder os Correios para o mercado!
#NãoÀPrivatizaçãoDosCorreios
6 de julho de 2021
