Nota do SINTET-UFU em apoio a greve nacional dos caminhoneiros e caminhoneiras

Desde o dia 21 de maio de 2018, o Brasil vivencia uma greve nacional de caminhoneiros e caminhoneiras. A política de preços implementada pela Petrobrás a partir de outubro de 2016, tem como eixo a paridade com os preços internacionais, que possui uma volatilidade enorme, se alterando de acordo com os fatores conjunturais (níveis de produção da OPEP, política de câmbio e juros da política norte americana, crise em relações internacionais, etc). Além disso, mesmo o nosso país contando com a Petrobrás em sua estrutura, o ilegítimo governo de Temer na perspectiva de aprofundar a condição de dependência subalterna de nossa economia, adotou uma política de importação de combustíveis que provocou o encarecimento desse produto para a população brasileira. Para aquelas e aqueles que não conheciam de fato os efeitos da política do “livre mercado”, essa realidade que a população brasileira vivencia de oscilação do preço dos combustíveis (sempre em prol do encarecimento) é o melhor exemplo.

A política econômica do governo golpista de desmonte da Petrobras com a abertura do mercado nacional para a importação, impôs que em 2017 mais de um milhão de domicílios brasileiros voltassem a cozinhar à lenha ou carvão, uma vez que gás de cozinha teve um aumento de 67,8% nas refinarias para botijões de 13 quilos. O preço da gasolina ultrapassou a casa dos R$5,00 configurando de julho de 2017 para cá um aumento de 50,04% e do diesel 52,15%.

O movimento de GREVE das caminhoneiras e dos caminhoneiros se configura como um campo aberto para a disputa política. Os resultados desse movimento grevista pode produzir efeitos positivos para a organização e a luta da classe trabalhadora brasileira, como pode também produzir efeitos negativos para as liberdades democráticas no país. Nesse sentido, a Coordenação Colegiada do SINTET-UFU expressa seu apoio a esse amplo movimento de GREVE protagonizado pelas caminhoneiras e caminhoneiros, e orientamos todas e todos os Técnicos Administrativos em Educação da UFU a apoiarem esse movimento com a perspectiva de lutar em defesa da alteração da política econômica do governo ilegítimo de Temer para a Petrobrás, e reivindicarmos assim a plena estatização da Petrobrás, para que se possa garantir uma política de preços popular para o consumo de combustíveis no país: O petróleo tem que ser nosso, do povo brasileiro!

Devemos nos somar a esse movimento de GREVE, e realizarmos paralisações na UFU em solidariedade às caminhoneiras e caminhoneiros, lutando contra a política de preço para o combustível imposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer, pela retomada da produção nacional com o fim das importações e contra o desmonte da Petrobrás. A única solução soberana para superar esses problemas, é retomar uma Petrobrás 100% Estatal com política de empresa estatal. Essa Petrobrás cheia de acionistas por detrás pensando em encher os bolsos e com política para favorecer o mercado não serve.

Por fim, a Coordenação Colegiada do SINTET-UFU faz uma ponderação muito importante: Nós REPUDIAMOS a política de setores conservadores que propõe para esse movimento a reivindicação de Intervenção Militar. Além de ser uma contradição a um movimento grevista, reivindicar um regime político que proíbe a realização de greves e impede a liberdade de expressão; a Coordenação Colegiada do SINTET-UFU tem a compreensão de que os problemas econômicos e sociais que assolam o nosso país, só serão resolvidos com a construção de um verdadeiro regime democrático, de uma democracia real, com mais direitos sociais e liberdades civis.

Nesse sentido, o SINTET-UFU expressa o apoio a esse movimento de greve e repudia veemente a bandeira política hipócrita e equivocada que reivindica Intervenção Militar. Intervenção Militar impedirá a população de exercer seu direito ao voto, e aprofundará o estado de exceção, colocando em perigo todas e todos que de fato desejam um país melhor. Não desejamos uma Ditadura Militar em que crianças são impostas à pressões psicológica por presenciarem a tortura e assassinato de suas mães e de seus pais, em que se legaliza a violência sexual, a tortura física e psicológica, o sumiço de corpos e etc. A Ditadura não é solução para os problemas da classe trabalhadora, DITADURA, NUNCA MAIS!

 

Todo Apoio a GREVE das caminhoneiras e caminhoneiros!

Contra a Política de Preço imposta pelo ilegítimo Governo de Michel Temer!

Pela retomada da produção Nacional e fim das importações!

Contra o desmonte e privatização da Petrobrás!

Intervenção Militar não é a Solução! Ditadura Nunca Mais!

 

Coordenação Colegiada do SINTET-UFU
28 de maio de 2018

29 de maio de 2018