NOTA PÚBLICA | Cortes nas verbas da educação: só a luta organizada poderá reverter o desmonte das universidades públicas

 

Enquanto boa parte da classe trabalhadora do país estava com as atenções voltadas para o jogo da seleção brasileira de futebol na copa do mundo, o governo Bolsonaro realizou um novo e impactante corte no orçamento do Ministério da Educação. A cifra é de 1,68 bilhão de reais, sendo R$ 244 milhões das Universidades Públicas e Institutos Federais de Educação. Esse dinheiro seria destinado para manutenção das instituições de ensino, que ficarão sem dinheiro para pagar serviços básicos, como limpeza e segurança.

A justificativa para os cortes é a manutenção do teto de gastos. Vale lembrar que a educação vem perdendo dinheiro há muitos anos, sendo que nos 4 anos de governo Bolsonaro, houve um completo desinvestimento nesta área e nas principais políticas públicas do país. Contudo, os cortes não se limitaram a esse governo, também foram realizados cortes no governo do golpista Michel Temer, bem como no governo de Dilma (em 2015 a educação perdeu 10,5 bilhões de reais).

Esse cenário nos coloca uma importante questão: a precarização da educação pública é um interesse central dos empresários da educação privada, e sabemos que esses tem seu espaço garantido no próximo governo de Lula. Cumprida a tarefa de derrotar Jair Bolsonaro nas urnas, urge que a classe trabalhadora brasileira se organize para  a revogação do teto de gastos para as políticas sociais, bem como a revogação das reformas trabalhista e previdenciária, que atacaram direitos históricos dos trabalhadores no Brasil. 

Ainda nessa semana, Geraldo Alckmin, vice-presidente eleito, declarou que não há reforma alguma realizada nos governos anteriores para ser revogada. 

Cumprindo nosso princípio de independência de patrões e governos, bem como autonomia de partidos políticos, precisamos avançar em nossa luta para que os trabalhadores não paguem a conta que é dos banqueiros, latifundiários e burgueses em geral. 

Por uma educação pública, estatal, gratuita e de qualidade para todas e todos!

Por assistência estudantil, acesso e permanência dos filhos e filhas da classe trabalhadora nas universidades!

Pela defesa da pesquisa que faz avançar nosso país, concorrer com outras universidades mundiais e desenvolver novas tecnologias!

Contra a mercantilização dos direitos sociais: educação pública não é mercadoria!

Parem de sequestrar o fundo público para destinar verbas para empresários bilionários! Que se invista no povo! 

30 de novembro de 2022