Os adversários das 30 horas na UFU!

Por Coordenação Colegiada

 

Os últimos 2 anos foram marcados por ações, no mínimo, pitorescas promovidas pela Administração Superior da UFU. A lista é grande e para pontuar algumas pode-se citar: 1) O fato do Magnífico Reitor e o Pró-Reitor de Gestão de Pessoas não permitirem que a comissão instituída no Conselho Diretor (CONDIR) para realizar o estudo de viabilidade do Ponto Eletrônico  apresentasse o seu relato e suas atividades. 2) A Administração Superior da UFU desrespeitou abertamente o estatuto da UFU e o regimento interno do Conselho Universitário (CONSUN) para tentar impor a EBSERH – processo esse ainda inconcluso, pois corre em juízo. 3) A não apresentação do Plano de Transição e Metas da EBSERH para debate no Conselho Superior, que confere o futuro do HC-UFU a uma gestão empresarial. 4) A suspensão por Ad Referendum da Resolução 03/1999 do CONSUN, isso mesmo, o Reitor suspendeu uma Resolução, um direto desrespeito ao organograma da universidade. 5) O Pró-Reitor de Planejamento e Administração e ex-Vice-Reitor assinar uma nota contra as ações democráticas promovidas pela Sub Comissão Regional da Verdade, que é uma comissão da própria Universidade, e exaltar um agente que atuou diretamente no governos militares, inclusive na articulação do AI-5. Enfim, a lista é enorme e, em alguns momentos, assustadora!

Mas o mais espantoso é o fato de nos depararmos com uma Administração Superior que se recusa a cumprir uma resolução aprovada pelo CONDIR em Outubro de 2016. A resolução se refere a implantação da jornada de 30 horas em turnos contínuos ou em setores que permaneçam abertos por, no mínimo, 12 horas. Embora a flexibilização da jornada de trabalho tenha sido pauta de campanha da atual Administração Superior, a Reitoria tem se colocado mais como empecilho do que facilitador da implantação da resolução 05/2016.

Em audiência com o Ministério Público e a coordenação colegiada do SINTET-UFU, a Administração Superior da UFU em conjunto com a Direção do HC-UFU ao invés de buscar caminhos que viabilizassem a imediata implementação das 30 horas no HC-UFU e no Hospital Odontológico, optaram por desrespeitar a categoria que está mobilizada em defesa da efetivação da Resolução 05/2016 do CONDIR. Com argumentos falhos e protelatórios foi decepcionante o desrespeito que a categoria é tratada em momentos não eleitorais. A audiência pública serviu para iniciar um processo de criminalização do SINTET-UFU mediante ameaças de processos e recomendações infundadas que visam inviabilizar o nosso exercício de greve — ações essas que não são suficientes para nos intimidar. A discussão também resultou na extensão do prazo para que assim a Direção do HC-UFU elabore, mais uma vez, um relatório de viabilidade até final de Dezembro de 2018 e então que o Reitor se posicione até 31 de janeiro de 2019 de forma definitiva se irá ou não cumprir a Resolução 05/2016.

Se por um lado é ruim pensarmos que essa insegurança que sentimos se prolongará até dia 31 de janeiro de 2019, por outro lado, temos hoje uma definição de que a Reitoria da UFU e a Direção do HC-UFU não poderão mais protelar o problema indefinidamente como vem fazendo há dois anos. Após o período estipulado saberemos se a Gestão Superior vai cumprir seu compromisso de campanha e cumprir sua tarefa institucional de efetivar uma resolução amplamente debatida no Conselho Diretor da UFU; ou se ela vai desrespeitar o Estatuto, os Conselhos Superiores da UFU e a confiança a ela depositada pelos servidores na consulta eleitoral em 2016 e, assim, demonstrar que a preocupação com a jornada de trabalho e a saúde dos técnico-administrativos em educação foi apenas uma tática eleitoreira.

A Coordenação Colegiada do SINTET-UFU compreende que a situação política é bastante delicada e complexa e estamos em um jogo traiçoeiro que envolve Administração Superior da UFU, Direção do HC-UFU e Ministério Público; no qual as trabalhadoras e os trabalhadores estão em exposição. Mas, avaliamos que não estamos derrotados, pois nesse jogo os dados ainda estão a rolar sob a mesa e a mobilização e a ação tácita e estratégica constituem  componentes vitais para o resultado!

É um momento que nos exige muito debate, calma, reflexão e, principalmente, manutenção de nossa mobilização, porque setores conservadores e poderosos de nossa instituição e da cidade atuam explicitamente contra a efetivação da Resolução CONDIR 05/2016 que visa melhorar as condições de trabalho das trabalhadoras e dos trabalhadores do HC-UFU e HO-UFU. E nesse momento, nossas alternativas são: Continuar a denúncia dos abusos e autoritarismos cometidos pela Administração Superior da UFU e seus aliados e manter nossa mobilização! Sigamos firmes na luta!

3 de dezembro de 2018