SINTET-UFU realiza debate sobre preconceito e violência contra a mulher

Por Guilherme Gonçalves

Na noite de ontem, 13, o Grupo de Trabalho de Mulheres do SINTET-UFU realizou um cine debate sobre preconceito e violência contra a mulher. O evento aconteceu no anfiteatro da Biblioteca do campus Santa Mônica da UFU. Já o filme escolhido para ampliar o debate foi “Terra Fria”, protagonizado por Charlize Theron e dirigido pela diretora Niki Caro. Para debater sobre o tema, foram convidadas Mariana Lopes, técnica-administrativa da Universidade Federal de Goiás (UFG) e militante de base da FASUBRA; e Aline Gomes Marques, técnica-administrativa da UFU e mestranda com pesquisa sobre gêneros na mesma universidade.

Da esquerda para a direita: Maria José Nascimento, Coordenadora de Políticas Sociais Antirracismo do SINTET-UFU; e as debatedoras Mariana Lopes e Aline Gomes. (Imagem: Guilherme Gonçalves)

O filme conta a história de uma mãe solo que faz parte do primeiro grupo de mulheres a trabalharem em minas de ferro no estado de Minnesota, Estados Unidos. Tais trabalhadoras sofrem com o preconceito, assédio moral e assédio sexual por parte dos funcionários da mineradora. Cansada de sofrer com o machismo, Josey Aimes (Charlize Theron), e mesmo sem apoio algum, abre uma histórica ação judicial contra a empresa.

Após a apresentação do filme foi iniciado o debate. A primeira a falar sobre o tema foi Mariana Lopes que iniciou com uma curiosidade sobre a atriz protagonista. “Charlize Teron possui história dentro do feminismo a partir da luta contra violência que ela e sua mãe sofriam do próprio pai alcoólatra”, disse a servidora da UFG. Lopes ainda frisou que apesar dos avanços nas políticas, a mulher, infelizmente, não é tratada com igualdade. “Até hoje não há equidade de gênero no mercado de trabalho, uma vez que mulheres possuem a mesma capacitação dos homens e ganham 30% menos que eles, dentre outros pontos.”, falou.

Para finalizar, Lopes traz a situações apresentadas no filme, cuja história se passa na década de 1980, para a atual realidade brasileira. “A realidade do filme pode parecer um pouco distante, mas não é. Estamos passando por um momento em que a reforma trabalhista permite que trabalhadoras grávidas trabalhem em locais insalubres”, completou a debatedora.

Em seguida, foi à vez de Aline Gomes expor seu posicionamento. Para ela, um ponto muito importante da história é mostrar as esferas nas quais as mulheres sofrem com o preconceito. “O filme é completo para refletir sobre todos os locais onde a violência contra a mulher acontece, seja ele dentro do ambiente familiar, educacional ou profissional”, comentou a servidora da UFU. Gomes finalizou reforçando o posicionamento de sua antecessora. “É retratada a realidade enfrentada na década de 80, mas essa realidade ainda é vista, por isso a luta não pode parar”, terminou.

Para finalizar, Mariana Lopes fez um breve resumo das resoluções do Encontro Nacional de Mulheres da FASUBRA realizado pela federação no final de maio de 2017.

14 de julho de 2017