XXIV CONSINTET-UFU: mesa debate “O futuro do HC-UFU em tempos de fundações de apoio, EBSERH e organizações sociais da saúde”

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Para encerrar o segundo dia de CONSINTET-UFU o assunto discutido foi o que esperar da saúde em Uberlândia com a mesa debate “O futuro do HC-UFU em tempos de Fundações de Apoio, EBSERH e Organizações Sociais da Saúde”. A mesa coordenada por Fernanda Rosa dos Santos teve como debatedores a professora Leila Bittar Moukachar Ramos, professora da Faculdade de Medicina da UFU; Edson Luís Gonçalves, funcionário da Fundação de Assistência, Estudo e Pesquisa de Uberlândia (FAEPU); José Veridiano de Oliveira, conselheiro distrital de saúde; e Sebastião Elias, técnico-administrativo do Hospital de Clínicas da UFU (HC-UFU).

A primeira a expor suas ideias foi a professora Leila Bittar Moukachar Ramos que falou um pouco sobre a atuação de fundações, EBSERH e, principalmente de Organizações Sociais (OS’s). De acordo com a docente as OS’s não dão certeza que as estruturas dos hospitais sejam utilizadas para o desenvolvimento do ensino. “Em qualquer organização social para administração não há garantias de utilização para o ensino”, disse. Ainda de acordo com Ramos, as organizações sociais atuam de forma autônoma da universidade. “Nesse modelo de gestão não há obrigação de aprovação nos Conselhos Superiores das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES) e desconsidera os projetos institucionais e políticos pedagógicos das universidades”, finalizou.

Em seguida foi à vez de Edson Luís Gonçalves falar sobre o assunto. Funcionário da FAEPU há 25 anos, Gonçalves vê alguns pontos negativos no sistema de fundações, como por exemplo, a falta de transparência na gestão do dinheiro público. Ele disse ainda que a capacitação do funcionário não conta tanto para a fundação. “Funcionários de fundação se capacitam para atender melhor o público, mas infelizmente, ainda não recebem nada em troca pelo esforço”, afirmou.

O terceiro a falar foi José Veridiano de Oliveira que por ser ex-conselheiro municipal de saúde, tratou do assunto no âmbito municipal. “Não dá para falar do hospital apenas como uma questão local, pois ele possui uma missão maior do que pensamos por atender mais de 20 cidades da região”, disse ele. Ainda segundo ele é preciso repensar o modelo de saúde pública da cidade, pois a maior cidade do Triângulo Mineiro não consegue avançar nessa questão. “De acordo com ranking de saúde dos municípios Uberlândia está no mesmo patamar que estava 12 anos atrás. São três mandatos eleitorais e dois prefeitos diferentes e a saúde não andou”, completou.

O último a se apresentar foi Sebastião Elias que se concentrou na atual situação do HC-UFU. Para ele, “o dinheiro que o HC possui mal dá para manter o que já existe nele”, porém a situação é agravada pela falta de transparência da FAEPU em muitos pontos. “A UTI ficou fechada mais de 100 dias devido à falta de manutenção no ar condicionado da unidade que teve uma peça danificada e não trocada em período inferior sabe-se lá por qual motivo” finalizou.

8 de dezembro de 2016