(Naiara) Olá, companheiras e companheiros, aqui é a Naiara Ashaia, e nesse Fala SINTET-UFU a gente conversa sobre o 8 de janeiro e a luta para proteger a democracia. Sintonize suas lutas.
O ataque às instituições públicas naquele episódio deixou marcas, mas também mostrou a importância de estarmos vigilantes quando o assunto é defender a democracia. Entre as diversas questões, esses dois anos trouxeram uma grande reflexão: como garantir que nossa democracia permaneça sólida diante das ameaças?
A preservação da democracia não é tarefa de um único setor, mas sim de toda a sociedade. Para debater sobre o 8 de janeiro e a luta para proteger a democracia, recebemos Norton Nunes, enfermeiro Especialista em Saúde Pública da Família, bacharel em Direito e membro da Coordenação Colegiada no SINTET-UFU. Oi, Norton!
(Norton) Olá, Naiara, olá, ouvintes! Esse tema que nós vamos tratar hoje é um tema que nós devemos tratar com muito apreço, com o olhar mais cuidadoso. O fato que aconteceu dia 8 de janeiro, não é um fato isolado, é um fato que vem já de um contexto global que reflete na democracia mundial, onde a gente vê aí um aumento da luta das extremas direitas contra as minorias, o pessoal da periferia, os estrangeiros, os trabalhadores, as mulheres, os negros, as pessoas que são mais afetadas diretamente por uma política opressora.
Dois anos antes de acontecer o fato do Oito de Janeiro, o ex-presidente já vinha criando todo o terreno para que as pessoas que seguiam ele fossem tratados como massa de manobra para serem utilizados da maneira que foram para causar balburdia. Tentaram causar violência, tentaram causar males para nossa sociedade, para nossa democracia, como justificativa de legitimar esse golpe já tramado entre aquela cúpula que nós já sabemos que tramou um golpe de estado.
E, naquele momento, eles queriam, possivelmente, que uma GLO fosse aplicada, uma Garantia da Lei da Ordem, a nível nacional, para justificar a entrada daqueles militares que estavam nos comandos das Forças Armadas e que já haviam sido cooptados pelos golpistas tomar o país em todas as suas instâncias.
Mas isso é muito preocupante. Nós vimos isso em 1964, quando o houve o golpe militar e se instalou a ditadura no Brasil com a deposição do presidente, e isso foi um ato que levou a extrema violência ao nosso país, extrema violência contra todos aqueles que pensavam diferente do que os militares queriam impor a sociedade, com prisões arbitrárias, torturas, estupros, assassinatos, suspensão de direitos, desaparecimento de vários opositores Políticos. Então, a gente tem que tomar muito cuidado para que isso não volte a acontecer no nosso país.
E esse impacto não é apenas na violência física contra os opositores, mas também na economia, no respeito que o nosso país tem fora das nossas fronteiras. A nossa democracia, felizmente, sobreviveu, e a nossa sociedade, as pessoas que pensam democraticamente, que defendem os seus direitos políticos, o seu direito à voz, seu direito à livre manifestação, elas precisam estar atentas a esses fomentos, essas instigações de certos grupos da extrema direita, como eu disse antes, tem se espalhado no mundo inteiro, e a gente tem visto aí às extremas direitas tomando poderes, tomando lugares de decisões e isso nos preocupa tanto, né, e a nossa sociedade precisa estar atenta para que esse novos oportunistas, como estes que não conseguiram dar esse golpe, graças a Deus, felizmente não conseguiram dar esse golpe, não se aventura e novamente neste intuito.
Muito obrigado a todos. Agradeço o carinho e vamos pensar muito a nossa sociedade, vamos valorizar o nosso direito à fala, o nosso direito a voto e o nosso direito a ter uma opinião pessoal, uma opinião própria, e não ser oprimido pela opinião de poucos, de uns ou outros, que querem se valer sobre o que nós também raciocinamos. Obrigado a todos até uma próxima oportunidade!
(Naiara) Com certeza, Norton! Muito obrigada.
E esse foi o FALA SINTET-UFU dessa semana! Ótima semana a todas e todos e até o próximo programa!
Comments