Poema sobre a greve

Por João George Moreira

 

Como pode um movimento tão atacado
Tão castigado, questionado e criticado
Reunir tanta luta bonita
Dizer tanta palavra bendita?

Como pode tanta gente que nem se conhece
Que na labuta diária muito se esquece
Formar um conjunto tão fortalecido
E aproximar quem deveria estar unido?

É que quando a luta é justa, a convicção é forte
E se a classe se une e segue um norte
Vai avançando com garra e com alegria
Buscando antever a luz de um novo dia

Na greve a gente aprende a ser nós
Aprende a deixar de ser só eu
Entendendo que o que produz é seu
Compreendendo que o capital é feroz

Na luta coletiva a gente também aprende a amar
Compreende que ao seu lado o outro é capaz
De junto a si fazer tudo mudar
E isso em verdade é o que mais me satisfaz

Tenho vivido belos dias
Não são só flores, isso devo compreender
Mas jamais me furtarei de reconhecer
Que levo no peito um mar de alegrias

Que essa luz que cá levamos
Possamos sempre conservar
E que a vitória que buscamos
Possamos ao fim conquistar.

19 de abril de 2024