Por Raissa Dantas

 

 

Na última quinta-feira, 13 de junho, o Comando Local de Greve (CLG) do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Educação das Instituições Federais de Ensino (SINTET-UFU) realizou uma assembleia geral para discutir a nova proposta do governo apresentada à Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra). A reunião contou com a análise de conjuntura das negociações ocorridas na terça-feira anterior e avaliações das conquistas obtidas até o momento com a greve.

Durante a assembleia, foi informado que o Ministro Silvio Almeida recebeu e ouviu as demandas contidas em uma carta enviada pelo CLG. A proposta do governo foi discutida em detalhes, apresentando um reajuste salarial de 0% para 2024, 9% para 2025 e 5% para 2026. Além disso, o step de progressão será ajustado para 4% em 2025 e 4,1% em 2026. A correlação da nova tabela salarial terá como referência o nível E, com os percentuais estabelecidos em 36% para nível A, 40% para nível B, 50% para nível C e 61% para nível D.

Outro ponto abordado foi a implementação do Reconhecimento de Saberes e Competências (RSC) a partir de 2026, com debates contínuos por seis meses para definir as regras juntamente com Fasubra e Sinasefe. A proposta incluiu a extensão do RSC para aposentados, com a possibilidade de reposicionamento destes trabalhadores na nova tabela salarial.

Mário Júnior, um membro do CLG, da coordenação do SINTET-UFU e da direção da Fasubra, fez uma análise das conquistas até o momento, destacando que a greve resultou em uma tabela salarial redesenhada, com progressão vertical por mérito e um interstício de 12 meses, permitindo atingir o topo da carreira em 18 anos. A proposta também contempla uma valorização das certificações para progressão e melhorias significativas nos auxílios, como 118% de aumento na alimentação e 50% no auxílio-creche. Além disso, houve uma recomposição orçamentária para as universidades no valor de R$ 5,5 bilhões dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Os participantes também discutiram a racionalização de cargos vagos e a vagar, a criação de Grupos de Trabalho (GT) no Ministério da Educação (MEC) e no Ministério da Gestão e Inovação (MGI) para tratar de diversas questões, como a normalização da carga horária, o plano de capacitação em universidades e institutos, e o reposicionamento de aposentados. O governo se comprometeu a não realizar cortes nos salários dos dias parados durante a greve, afirmando que esses dias serão negociados posteriormente.

Rosbon Luiz Carneiro e John Douglas Mendes Cunha foram eleitos como delegados para representar o SINTET-UFU no Comando Nacional de Greve (CNG) em Brasília. A assembleia também decidiu aguardar o próximo Informe de Greve (IG) da Fasubra e realizar uma nova reunião na próxima semana para definir o posicionamento da base sobre a greve e a nova proposta do governo.

 

Resumo da proposta do Governo, apresentada no dia 11/06/2024:
– 2024 – 0% de reajuste salarial
– 2025 – 9% de reajuste salarial – step para 4,0%
– 2026 – 5% de reajuste salarial – step para 4,1%
– + correlação para o nível E – A36%, B40%, C50%, D61%
– + regras do RSC em 6 meses com efeito em 2026

14 de junho de 2024